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quarta-feira, 15 de abril de 2015

Feio pra capeta


                                            


Denise, minha irmã  mais nova estava explicando para o  meu sobrinho Henrique, um garoto de quatro anos  algumas passagens da bíblia e como estava no mês da quaresma , ela explicava ao garoto , o que Jesus passou no deserto e como  foi tentado pelo capeta.
Henrique ouvia embevecido as explanações de sua genitora e estava tão absorvido pelo tema  , que de vez  enquanto soltava um suspiro e um arrepio . Denise explicava que Jesus era nosso salvador e redentor da humanidade e por ter morrido na cruz , ele tirou todos os nossos pecado. Contou ainda que devemos ser bonzinhos e não fazer nada errado se não o capeta pega a gente e leva pro inferno.
- Muito curioso e ingênuo, próprio da criança ele perguntou:- mãe como o capeta é?
- Muito feio  , meu filho . Muito feio.
Neste momento toca a campainha da porta. Henrique corre pra abrir a porta e volta todo assustado  e tremendo. Denise apreensiva  foi logo perguntando ? que foi filho ?
Mãe o diabo ta La fora vendendo verdura.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Abdução



Abdução
O casal era muito conhecido no bairro.
 Quem não conhecia o senhor Jacó e Dona Maristela?
Ela uma excelente professora do grupo escolar Dr. Homero Machado Coelho, por isso era respeitada e admirada pelos quatrocentos habitantes do bairro de Roça grande.
Na comunidade católica era requisitada para “puxar “as novenas e terço do mês de Maria (mês de maio, onde se realiza até hoje a coroação da Virgem Santíssima”). Mulher de traços finos e aos quarenta anos de idade tinha o corpo e rosto de uma garota de vinte e cinco anos, seus olhos verdes acinzentados refletiam uma alma límpida e imaculada de uma  cidadã digna de exemplo a ser seguida. Teu marido Jacó não ficava para trás, religioso, trabalhador  era um homem admirado pelas mulheres por seu traço viril e invejado pelos homens por ser funcionário da RFFSA (Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima) e ter casado com a bela e prendada Maristela.
Era comum ver o casal sair da missa das onze horas da igrejinha de santo Antonio caminhar pela via férrea até o sitio que moravam e la forrar o gramado do jardim e ali mesmo se servirem do almoço ao ar livre.
O sitio que Jacó e Maristela possuíam ficava no caminho entre Roça grande e General carneiro possuía uma grande extensão de terra margeando o rio das velhas, todo plantado de laranjeiras, tamareiras, videiras e mangueiras além de alguns pés de jabuticabas, era ali que montaram o seu pequeno mundo, um paraíso para aquele casal encantador.
À noite o céu se vestia de manto azul cravejado de estrela e tendo a cor áurea da lua como apêndice valioso da natureza transformava esse cantinho num misto de sonho e felicidade perene convidando a todos os vitiantes a se reunir ao redor de uma fogueira e admirar esse espetáculo por Deus proporcionado.
Foi numa noite como esta que Jacó e Maristela conversavam com amigos na varanda de sua casa que algo de anormal aconteceu:
Maristela admirando o céu estrelado notou que duas estrelas se deslocavam rapidamente de um ponto ao outro da abóbada celeste, isto ela comentou com seus pares que desviaram sua atenção para o fato alocado e surpreendentemente notaram que as luzes cresciam espantosamente e se aproximava de onde que estavam.
Jacó e seus amigos se sentiram impotente em reagir. Aquilo sobrepunha a tudo o que imaginara, nem mesmo a coleção de ficção cientifica de Julio Verne poderia explicar o que estava acontecendo. Agora a menos de trinta metros de altura havia dois objetos redondos emitindo uma cor âmbar de dimensão enorme pairando sobre suas  cabeças.
Não sentiam medo, sentiam apenas um misto de espanto e curiosidade ante essa visão.
De dentro desse objeto uma luz de cor azulada saiu e projetou a menos de cinco metros da varanda da casa um ser de dois metros de altura olhos oblíquos, boca pequena, tez clara trajando um macacão bem o lado a corpo de cor metálica, dando ao ser, um aspecto angelical.
Paralisados, viram com certo medo o estranho ser se aproximar e estender a mão num gesto amistoso. As palavras do estranho explodiam em suas cabeças, mas a boca dele não se mexia.
Jacó num gesto de coragem e se sentindo líder dos espantado balbuciou:
-Quem é você?
Não obteve resposta, parecia que o ser os observava, e isto é um fato.
O mesmo acontecia do lado dos visitados, com a diferença que o medo invadia o âmago deste.
Sem dizer palavras, esse estranho personagem se virou e caminhou em direção á luz que Jacó definiu como uma estranha nave.
Uma porta se abriu e o estranho personagem foi engolido pela luz que alçou um raso vôo pairando em cima do grupo de amigos.
É o que lembra Jacó e Maristela,de seus vizinhos não se tem noticia e não se sabe por que só eles ficaram. Seria um aviso ? A certeza que não foi um sonho ou pesadelo foi uma cicatriz que apareceu nas panturrilhas esquerda de suas pernas e o sonhos esporádicos de estar numa terra desconhecida.
Comentou se na comunidade o desaparecimento dos sitiantes, vizinhos do casal,busca infrutíferas foram feita e nada.O caso ficou pendente por uns cinco anos até que foi arquivado pela policia local como caso insolúvel .
Maristela continuava linda, mas sua perspicácia mental aumentou sendo considerada uma mulher sábia e de visão.
Jacó não se sentia bem no seu trabalho e pediu demissão do trabalho e se dedicou a arte de pintar e seus quadros ganharam projeção nacional, pois eram pinturas surrealistas, mostrando um cenário futurístico fascinante.
Viveram assim até maio de mil novecentos e quarenta, quando em mais uma novena em louvor a Nossa senhora da Conceição , Maristela e Jacó pediram a palavra e estranhamente, agradeceram a comunidade por lhe tratarem com carinho e respeito, mas eles teriam que se mudar, para um lugar bem distante e que certamente não poderia tão cedo voltar.
Esclareceram que essa mudança de ares seria benéfica para ambos e que certamente a comunidade teria muito a ganhar com essa sua nova postura.
A simplicidade do povo ouvinte não poderia dimensionar a importância dessas palavras, todos foram até o casal se despedirem desejando lhes sorte e prosperidade onde quer que eles fossem.
Assim o casal partiu para sua residência, se preparar para tão comentada viagem.
Caminharam pela linha férrea como de costume nem bem tinham percorrido duzentos metros da igrejinha de santo Antonio, uma luz os envolveu e poucas pessoas viram quando Jacó e Maristela foram dragados pela luz e desapareceram.
No dia seguinte muitos amigos acorreram para a casa do casal, não os  encontraram. Não levaram nada, a casa estava limpa e bem cuidada, nada fora levado, o ar de paz, predominava naquele lar, havia até uma chaleira no fogão como a esperar que a dona da casa viesse usá-la. Tudo em ordem,só faltava o casal , que nunca mais apareceu.
Passaram se os anos, os familiares do casal registraram um boletim de ocorrência, a policia entrou no caso, houve repercussão nacional, mas pouca gente prestou atenção, pois o assunto latente era a declaração de guerra feita pela a Alemanha à Inglaterra.
O casal tão carismático da Roça Grande evaporou no ar, ninguém nunca mais teve noticias.
1998 - Sábado dia vinte um de março,
O velho Jonas, morador bem antigo do bairro, caminhava manquitolando pela via férrea em direção ao bairro de General Carneiro, ao passar pelo sitio nota que um casal estava na propriedade, curioso se aproxima e entabula um dialogo amistoso com a dupla.
- Boa tarde!Saúda o septuagenário
Como vai?- responde a mulher
Estão interessados em comprar esse sitio?- indagou
Não! Estamos somente matando a saudade.
Por quê? Você são herdeiros dos donos desse lugar?
- Na verdade isso já foi nosso. Suspirou a linda mulher.
Mas isso é uma longa historia. O senhor não entenderá.
Bem temos que ir... vamos amor?
Dizendo essa palavras, tirou um aparelho metálico do bolso, acionou e uma luz ofuscante os envolveu desaparecendo em seguida.
Jonas estava assustado, esqueceu que mancava e empreendeu uma desabalada carreira até o centro da Roça onde contou o que ocorrera.
Ninguém acreditou, acharam que era mais uma maluquice do velho.
Jonas jurava, mas ninguém lhe dava ouvido. Fora confessar com o padre e este lhe pediu que não ficasse falando isso, pois levaria a população achar que ele enlouquecera.
Padre Antonio, muito carismático e bonachão, para acalmar o velho amigo, pediu que o  ajudasse a organizar o salão dos milagres.
Para lá caminhou   o velho Jonas e mais algumas pessoas. Ao abrir uma caixa de velhas fotos, um susto tomou a face de Jonas:
La estava à foto do casal que ele vira no sitio. Aquela foto retratava a linda jovem que ele vira pessoalmente. O homem que estava  com a mulher era inconfundível. seu traço e porte era retratado fielmente nesta foto. Tinha certeza, não poderia ter duplicidade na imagem e no que vira.
Estava diante de um caso inexplicável.
Quem explica?