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sexta-feira, 31 de julho de 2015

A peleja de João Brucutu contra o negro d´agua



Roça grande terra de pessoas pacatas,  ordeira e trabalhadora , teve na década de cinqüenta e sessenta  uma grande afluência  de pessoas que procurando alternativa de vida , vieram a aportar na terrinha do Santo casamenteiro . Outros ao contrario sabendo que haveria fabricas se instalando em São Paulo e também no Rio de janeiro, para se encaminharam.
Os mais precavidos tentaram a sorte mesmo foi na capital das gerais.
Ao final da semana os que resolveram ficar esperando que  coisas boas surgissem, sentavam na s portas do bar na perto da igreja de Roça Grande , depois de  trabalhar nas pequenas lavouras de subsistência ou no rio das velhas rico em peixes e ouro.
Apesar de a segunda guerra mundial  ter deixado o povo simples da localidade mais temeroso com o que poderia acontecer com o país .
Noticias vinda da capital do país demonstravam  a instabilidade política.
O pai dos pobres, Getúlio Vargas, havia se suicidado, seu  vice  José Fernandes Campos Café Filho; assumiu devido ao suicídio do presidente, se afastou do cargo por problemas de saúde; assumindo então Carlos Luz (Presidente da Câmara dos Deputados) que por sua vez foi impedido de continuar pelo Congresso Nacional pelo Marechal Henrique Teixeira Lott (Henrique Batista Duffles Teixeira Lott na época ainda General), que alegou que ele e o presidente enfermo pretendiam dar  um “golpe de estado ; Assumiu então Nereu Ramos (Nereu de Oliveira Ramos), que era por ocasião Vice-Presidente do Senado, governando sob “estado de sítio” até a posse de Juscelino Kubitschek..
O que se sabia deste novo presidente é que foi Deputado Federal em duas legislaturas, Senador, Prefeito de Belo Horizonte e Governador de Minas Gerais, época em que, com seu largo descortino de homem público, se firmou como admirável administrador e político sagaz. O êxito de sua administração fértil e dinâmica repercutiu em todos os recantos do País. Percebeu, então que havia chegado o momento de lançar-se candidato à Suprema Magistratura do País para realizar seu acalentado sonho de transformar o Brasil numa respeitável Nação progressista.
Venceu as eleições, enfrentou sérios obstáculos para assumir a Presidência da República a 31 de janeiro de 1956.
Durante a campanha presidencial lançara o slogan “Cinqüenta anos em cinco”, e elaborou um audacioso “Programa de Metas” cumprido integralmente. Promoveu o desenvolvimento e a modernização do País infundindo no povo brasileiro um otimismo contagiante.
No âmbito internacional, teve o mérito de criar a Operação Pan-americana, cuja principal finalidade era despertar as esperanças e as energias dos povos americanos, principalmente da América Latina, com o objetivo comum do combate ao subdesenvolvimento.
Na realidade Juscelino Kubitschek inspirou uma época que corria o risco de afogar-se na trivialidade.
Foi um sonhador e um realizador. Ousava fazer e sabia fazer. E também como todo o gênio tinha o dom da previsão. Não fora esta virtude, não teria aceitado o desafio de construir Brasília, sua Meta-sintese nem teria profetizado, na sua primeira viagem ao ermo do Planalto, a Dois de outubro de 1956, numa explosão de entusiasmo:
“Deste Planalto Central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das mais altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu Pais e antevejo esta alvorada, com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino”.
Frase essa que as rádios  que Heron Domingues , o repórter “ Esso”, divulgava com entusiasmos nos lares de Minas gerais.
Muito se aventuraram entre eles o filho de sô Nicolau. O barqueiro João Batista, conhecido na intimidade por João brucutu. Por causa de sua grande força física, que lembrava muito  os gladiadores romanos.
João brucutu era capaz de deitar um boi, só segurando pelos chifre.
Quantas vezes ele fora obrigado a segurar o pequeno barco ás margens do rio para não ir embora.
Afonso de Paula e Geraldo Soares, seus amigos inseparáveis o admiravam sua força física,  coragem  e ousadia;
E essa ousadia que o levou a tomar uma decisão que surpreenderam a todos:
Perssoar! -disse determinado
- to indo embora. Vou lá pra capitar nova.
Ce ta doido Sô ! Argumentou Geraldo soares, um homem alto e magro. O que tem de gente estranha la não ta iscrito.
_ Tem  problema não . O presidente é mineiro o prefeito também é . E eu vou ficar rico lá por que a capitar nova ,  a dona Cecília que me disse que la vai ser uma terra abençoada .(*)
E o doutor Israel  é bom pra tudo que conterrâneo dele.
Não conseguiram convencer o João e la  foi ele atendendo o apelo do  primeiro prefeito do Distrito Federal Começar vida nova.
Com certeza a vida em Brasília não foi fácil , cidade nova ,cheia de poeira , pessoas do norte e nordeste ,cultura diferente , violência,febre amarela ,tifo e um mundo de doença causada pelo calor insuportável , clima inconstante .
João Brucutu , conseguiu se curar da febre amarela , graças ao remédio milagroso  que um companheiro de viagem trouxera de  Caeté e que ministrado a água fervida foi a salvação do Sabarense .
Isso fez com que João ficasse  devendo ao amigo uma obrigação eterna.
João trabalhando na construtora Novacap, tinha a função de carpinteiro e com isso, tinha um grande prazer de ir para as matas  que rodeavam a cidade buscar madeira.
Conheceu varias espécie de animais , plantas ( principalmente medicinais).
Trabalhava de sol a sol, juntava seu dinheirinho e fazia plano para quando voltasse para Roça Grande ,comprar um terreninho , conhecer uma moça bem prendada e casar, ter filhos e passar o resto da vida pescando e  caçando.
Em falar em pesca seus amigos de trabalho estavam curiosos e assustados, pois todas as vezes que iam pescar no Rio das Almas, que nasce no divisor de águas das terras altas do Parque Estadual da Serra dos Pireneus, passando logo em seguida dentro da cidade histórica de Pirenópolis(GO), antes de seguir rumo noroeste, integrando a bacia do Araguaia-Tocantins. Torna-se caudaloso já na altura da rodovia Belém-Brasília e ficou famoso na história tanto por banhar inúmeros municípios goianos quanto pelas corredeiras um tanto quanto traiçoeiras. Desta característica pode ter nascido o nome, embora Almas seja comum em várias partes do Brasil colonial, dada a influência católica. Sofre com a poluição despejada pelos esgotos das diversas cidades que beneficia, continuando mesmo assim um rio piscoso - e perigoso, em certos trechos,alem  do nome as  suas isca   e anzóis desapareciam, tentavam pescar com rede e as redes apareciam  furadas e muitos juravam ter visto um homem com cara de sapo correndo em cima dágua.
-Besteira!!!! – Ironizou João Brucutu.
"Oces" ficam tomando essas cachaças loucas e depois ficam vendo miragens.
Más é verdade João e vou te provar. No próximo mês “nois” vai lá e “oce” vai ver que o negócio é feio.
Dito e feito no mês seguinte a empresa liberou o caminhão para que seus funcionários fossem pescar e caçar.
Estava ao pé da fogueira comendo um bom pedaço de carne de tatu quando ouviram claramente alguém andando ás margem do Rio.
Todos se armaram e caminharam tensos para o lado de aonde viera o barulho.
Ao chegar na armadilha para peixe , notaram que as redes haviam sumido como também toda a parafernália para pegar paga e tatu.
Ao longe todos viram um misto de homem com cara de sapo  parado na margem ,iluminado pela luar do planalto.
Tinha uns olhos brilhantes, altura de metro e setenta de altura um corpo esguio e ágil.
Isso não intimidou o João Brucutu que partiu para cima da assombração. Correu e foi logo alcançando o  estranho ser que tinha nos pés uma espécie de nadadeira.
Homem e ser se atracaram e mesmo sendo fisicamente mais forte João Brucutu se viu em desvantagem, pois o personagem  ao invés de ter roupa,tinha uma pele escamosa,dente afiado que  feriu por todo o corpo.
 Com muito custo João Brucutu conseguiu  dominar o misto de réptil e homem , mas a maior surpresa estava por vir .
O homem sapo emitiu um estranho som que repercutiu na mata e em menos de um minuto, João e seus amigo se viu cercado de animais peçonhento pequeno e de médio porte  que atendendo o pedido de socorro ,atacaram os intrusos .
Imediatamente os trabalhadores levantaram acampamento  e saíram a toda daquela região hostil.
Em conversa com habitantes antigos da região ficaram sabendo que o personagem que João Brucutu enfrentara nada mais era do que o Negro-d'água ou caboclo d’água (***)

Comentário ***
Negro d’água
Ou
Caboclo d’água
Esta é a História bastante comum entre pessoas ribeirinhas, principalmente na Região Centro Oeste do Brasil,muito difundida entre os pescadores, dos quais muitos dizem já ter o visto.
Segundo a Lenda do Negro D’Água, ele costuma aparecer para pescadores e outras pessoas que estão em algum rio.
Não se há evidências de como surgiu esta Lenda,o que se sabe é que o Negro D’Água só habita os rios e raramente sai dele, sua função seria como amedrontar as pessoas que por ali passam, como partindo anzóis de pesca, furando redes dando sustos em pessoas a barco,etc.

CARACTERÍSTICAS Suas características são muito peculiares, ele seria a fusão de homem negro alto e forte, com um anfíbio
Apresenta nadadeiras como de um anfíbio,corpo coberto de escamas mistas com pele.



quinta-feira, 30 de julho de 2015

Telepatia





Na fabrica de tijolo na Roça grande, trabalhavam todo o tipo de pessoas. Tanto o imigrante vindo do norte de Minas  como Montes Claro ,Januária e Turmalina ,quanto do leste do estado como Governador Valadares e Mantena e  de outros estados como Bahia,Espírito Santo e  desta terra aportou  em Roça Grande a família do seu Raimundo Nonato ; de origem baiana ,um mulato que cansou de plantar cacau na terra do Senhor do Bonfim e sabendo do ouro que germinava na terra das minas gerais , veio tentar a sorte .
Integrava a família do “seu” Raimundo, sua esposa Maria, o filho de 12 anos Zezito e duas meninas de quatro anos de idade (Débora e Sara) que nasceram no dia de santa Bárbara, quatro de dezembro de 1920.
Como não se adaptou na lida diária de apurar o ouro ‘as margens do Rio das velhas, resolveu adquirir um pedaço de terra e fazer o que sabia fazer perfeitamente, plantar roça.
E foi assim que se instalou ás margens da estrada velha e um dia trabalhava na olaria para com o dinheiro pagar a terrinha que comprara e no outro dia levantava bem cedinho, com o canto do galo para cuidar de suas plantações.
Um dia sua esposa cheia de suas obrigações diária, levara a sua filhinha Débora para junto de uma arvore e deixara a outra menina dentro de seu humilde barracão dormindo num berço feito de tronco de ipê e fora lavar roupa no riacho que passava ao largo de sua casa.
De repente Débora começou a chorar, e por mais que sua mãe tentava acalmá-la não havia jeito, ela estava tão agitada que deixou todos preocupado.
Sem saber como acalmá-la dona Maria pediu ao seu marido que fosse buscar o chocalho que havia deixado no berço dentro do casebre,
Assim seu Raimundo, correu para dentro casebre, pois não estava tolerando o choro de sua filhinha quase tropeçou na enorme jararacuçu que estava quase alcançando o leito de sua filha Sara e certamente iria atacá-la.
Imediatamente ele lançou mão de um pilão de moer café e com uma forte pancada conseguiu eliminar o peçonhento animal.
No momento que a cobra foi morta, Débora se calou e começou a sorrir e brincar como era o seu natural e esse fato foi comentado em toda a região. E vários fatos aconteceram ligando ‘as gêmeas que pareciam ter telepatia.
Não precisavam abrir a boca para se comunicarem. Uma pensava a outra sentia e com isso armavam as maiores traquinagem na região.
Na escola as nota eram idêntica, por mais que Dona Gercina, uma professora muito enérgica, tomasse as providencia para que uma não colasse da outra era impossível, até os erros eram idênticos.
Se uma tinha um desejo de comer jaca do sitio de Dona Sá Ninha, mãe do Afonso de Paula, a outra também tinha o mesmo desejo. Se adoecesse a outra também teria o mesmo sintomas.
Namorados sofriam com as traquinagens das duas, não sabiam se estavam conversando com a Sara ou com a Débora e muitas vezes éramos enganadas. Mas a beleza das gêmeas compensava a raiva que passavam.
Débora aos quinze anos era uma morena de olhos verde cabelos longos ondulado, corpo esguio e firme, montavam a cavalo como ninguém e logicamente Sara sua irmã gêmea uni vitelina tinha as mesma característica somente um observação bem apurada é que se notaria que Débora tinha uma cicatriz no lóbulo da orelha em virtude de uma infecção quando sua mãe foi colocar um brinco de ouro em sua orelha, quando ela tinha sete anos e essa cicatriz deixou em sua pele um cor esbranquiçada bem discreta.
Por vocação ou cumplicidade resolveram estudar e ser professora.
Completaram seus estudo no colégio Santa Rita em Sabará e lá lecionaram por muito tempo.
Com o advento da terrível segunda grande guerra, muitos sabarense foram convocado, primeiramente para reforçar a fronteira do país e mais tarde lutar contra os alemães e italianos na Europa.
Débora resolveu ser voluntária no esforço de guerra e se alistou no exercito indo servir na capital do Brasil.
Foi designada para trabalhar no serviço de comunicação do exercito. Sara ficou em casa cuidando da mãe e do Pai seu irmão por sorte não foi convocado e isso deixou a família em parte aliviada, somente pairava no ar as preocupação com Débora, mas as noticia que chegavam do Rio de Janeiro davam conta que o serviço dela era deprimente, mas seguro.
Ela só deveria redigir carta de pêsames para as famílias que teve o ente querido morto ou desaparecido em campo de batalha.
Apesar de audaciosa e ousada Débora era sensível e quando redigia as dolorosas cartas, chegava a chorar e lamentar as mortes estúpida e prematuras de jovens em batalhas na Itália principalmente.
Tudo isso era captado por Sara que imediatamente transmitia para a família as sensações que acreditava emanava de sua querida irmã.
Um dia Sara despertou alegre, correu para a sala e pediram ao seu irmão Zezito que fosse buscar flores, as mais bonitas que ele encontrasse de preferência margaridas e amor-perfeito.
Por quê? - perguntou o seu pai.
-Não sei pai!Simplesmente hoje quero a casa bem arrumada, vou preparar um guisado de caruru com frango e me vestir com roupa de festa e o senhor e a mamãe e também o Zezito deve fazer o mesmo.
“Oce num ta com o pino solto não, minina?” - perguntou o pai.
To não pai. Mas eu acho que boa noticia vem por ai.
E realmente ante do almoço um carro parou na porteira da casa do sô Raimundo e para alegria de todos Débora numa farda verde oliva desceu do carro alegre e sorridente mostrando os lindo dentes alvos; a doce menina que largou tudo e foi servir o pais estava de volta ao lar.
Estava mais gorda que a sua irmã, mas continuava tendo o espírito jovial e singelo que sempre foi sua marca.
Conversaram bastante e Débora deu à grande noticia, vindo diretamente do catete, segundo altas patentes militares, a guerra estava por um fio de se acabar, os alemães sofreram derrota fragorosa na Rússia e Polônia e os aliado preparavam um golpe mortal possivelmente ao sul da Itália ou França.
Comentou que estava namorando firme um capitão, seu superior hierárquico e pretendiam casar se logo que essa tormenta mundial extinguisse.
Dispensada do serviço militar voltou a dar aula, agora na capital mineira. Enquanto Sara lecionava no colégio Santa Rita em Sabará. Sara também começou a namorar. Apaixonara por seu colega de profissão, um ótimo professor com um futuro brilhante e perspectiva de sucesso na arte de lecionar.
Terminada a guerra, o capitão Rolin, veio em Roça Grande conhecer a família de Débora e marcar o casamento que se deu no ano seguinte.
Sara seguiu o mesmo caminho, casou teve dois filhos que se tornaram uma referencia objetiva na vida do casal.
1970. Sara e Débora morava distante um da outra, mas aquele dom de comunicação fazia com que as duas sempre sentisse os sentimento uma da outra.
Seu Raimundo Nonato tinha falecido a coisa de seis anos e sua mãe vivia cuidando dos netos, filho de Zezito que se tornou metalúrgico e trabalhava na Cia. Siderúrgica Belgo Mineira de Sabará, onde ocupava o cargo de chefe de departamento.
Débora morava no bairro Renascença em Belo Horizonte e Sara no Bairro do campo Santo. Antonio em Sabará  e quando uma sentia saudade  uma da outra , davam um  jeito de se encontrarem, tomar um chá e prosearem.
Domingo seis horas da manhã, Débora levantou agitada chamando por seu marido.
Rolim. Por favor, entre em contato com Sara. Por favor, tente falar com ela!
Seu marido não entendeu, mas se assustou com a atitude de sua esposa que estava nervosa, desesperada, angustiada.
Calma Déb. O que foi?
- Não pergunte, aja. Ligue pro Zezito, veja se ele consegue impedir que Sarinha saia de casa, por favor, querido.
Débora chorava, convulsivamente. Sebastião Rolim, seu marido, vendo todo esse sofrimento resolveu ligar diretamente para a Central de policia do município e usando de sua autoridade, tentou localizar e falar com sua cunhada, cujo telefone não atendia.
Por fim conseguiu falar com seu cunhado Zezito, que informou que Sara havia ido assistir a uma cerimônia de casamento em Nova Lima, mas que prometera que estaria em casa bem cedo, pois tinha compromisso na Igreja de Nossa Senhora da conceição.
Esta noticia ao invés de tranquilizar Débora, a deixou mais desesperada, e vestindo se rapidamente pediu ao esposo que a levasse a Sabará imediatamente. O potente Ford Galaxie rasgava a estrada Mg5 em direção a Sabará, o capitão Sebastião Rolim, vendo o desespero de esposa afundava o pé no acelerador querendo chegar onde ele nem sabia onde... .
Débora chorava, sentia que algo ruim havia acontecido com sua querida irmã e realmente ao se aproximar de Roça Grande, na ultima curva que dá acesso ao bairro um aglomerado de pessoas. Policiais na pista controlando o transitam e todos mirando as águas barrentas do Rio das Velhas.
- O que aconteceu? Perguntou o capitão Rolim logo após se identificar.
Um fusca perdeu o controle e caiu dentro do Rio das Velhas
Débora já não estava dentro do carro e corria desesperada para perto do Rio. Tiveram que segura-la para que não fosse para as margens do Rio.
- Minha irmã morreu - Dizia! Minha irmã morreu!
Transtornada, se entregou ao choro.

Realmente quando a valorosa guarnição do Corpo de Bombeiro retirou os corpos do carro sinistrado, La se encontrava entre as ferragens, o corpo da doce Sarinha.
Foi uma comoção na região, os alunos de primeira a quarta serie primaria nunca mais iam sentir o carinho da doce professorinha.  D. Maria resignada agradecia a Deus a oportunidade de ter como filha uma pessoa, boa de coração, filha exemplar e boa mãe.
Sarinha morreu, juntamente com seu marido deixando dois filhos já adultos e preparados para um mundo de desafios.
Desta vez o choro de Débora não foi o suficiente para salvar Sara.
Passado sete dias, ela teve um sonho: ela se viu criança, bem pequenina e chorando muito, uma cobra vinha em direção a sua amada irmã e seu alerta, conseguiu salvar Sarinha.
O bebê que estava no berço sorriu-lhe e com um beijo dado em sua testa, agradeceu por sempre lhe proteger.

-Agora querida irmã, chegou à hora de eu lhe dar toda a proteção permitida por Deus.
Sara acordou sobressaltada, mas feliz. Sabia que mesmo não estando neste mundo, o vinculo emocional não havia se rompido e Sara estava feliz e sossegada onde estivesse.


terça-feira, 21 de julho de 2015

A maior porta do mundo...um alerta!



Conta-se que um dia um homem parou na frente de pequeno bar, tirou do bolso um metro, mediu a porta e falou em voz alta: Dois metros de altura por oitenta centímetros de largura.
Admirado mediu-a de novo.
Como se duvidasse das medidas que obteve, mediu-a pela  terceira vez. E assim tornou a medi-la várias vezes.
Curiosas, as pessoas que por ali passavam começaram a parar.
Primeiro um pequeno grupo, depois um grupo maior, por fim uma multidão.
 Voltando-se para os curiosos o homem exclamou, visivelmente impressionado:
Parece mentira! Esta porta mede apenas dois metros de altura e oitenta centímetros de largura,  no entanto, por ela passou todo o meu dinheiro,  meu carro, o pão dos meus filhos. Passaram os meus móveis, a minha casa com terreno.
E não foram só os bens materiais. Por ela também passou a minha saúde, passaram as esperanças da minha esposa, passou toda a felicidade do meu lar...
Além disso, passou também a minha dignidade, a minha honra, os meus sonhos, meus planos...
Sim, senhores, todos os meus planos de construir uma família feliz, passaram por esta porta, dia após dia... Gole por gole.
Hoje eu não tenho mais nada... Nem família, nem saúde, nem esperança.
Mas quando passo pela frente desta porta, ainda ouço o chamado daquela que é a responsável pela minha desgraça...
Ela ainda me chama insistentemente...
Só mais um trago! Só hoje! Uma dose, apenas!
Ainda escuto suas sugestões em tom de zombaria: "Você bebe socialmente, lembra-se?"
Sim, essa era a senha. Essa era a isca. Esse era o engodo.
E mais uma vez eu caía na armadilha dizendo comigo mesmo: "Quando eu quiser, eu paro".
Isso é o que muita gente pensa, mas só pensa...
Eu comecei com um cálice, mas hoje a bebida me dominou por completo.
Hoje eu sou um trapo humano... E a bebida, bem, a bebida continua fazendo as suas vítimas.
Por isso é que eu lhes digo, senhores: esta porta é a porta mais larga do mundo! Ela tem enganado muita gente...
Por esta porta, que pode ser chamada de porta do vício, de aparência tão estreita, pode passar tudo o que se tem de mais caro na vida.
Hoje eu sei dos malefícios do álcool, mas muita gente ainda não sabe. Ou, se sabe, finge que não, para não admitir que está sob o jugo da bebida.
E o que é pior, tem esse maldito veneno, destruidor de vidas, dentro do próprio lar, à disposição dos filhos.
Ah, se os senhores soubessem o inferno que é ter a vida destruída pelo vício, certamente passariam longe dele e protegeriam sua família contra suas ameaças.
*   *   *
Visivelmente amargurado, aquele homem se afastou, a passos lentos, deixando a cada uma das pessoas que o ouviram, motivos de profundas reflexões.
*   *   *
Segundo o Ministério da Saúde, no ano de 2001 foram internados 84.467 brasileiros por transtornos mentais e comportamentais devido ao uso do álcool, demandando um gasto de mais sessenta milhões de reais.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, o álcool é a droga mais usada pelos jovens no Brasil.
Segundo pesquisa realizada em catorze capitais brasileiras em 2001, pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), o consumo começa cedo: em média, aos treze anos.
A influência da TV e do cinema nos hábitos de crianças e adolescentes foi recentemente comprovada por pesquisadores da Escola de Medicina de Dartmouth, nos Estados Unidos.
Por todas essa razões, vale a pena orientar nosso filho para que não seja mais um a aumentar essas tristes estatísticas.

FONTE :Redação do Momento Espírita, com base em história de autoria desconhecida e em matéria publicada pela Folha de São Paulo em 24/03/2002, intituladaNunca se bebeu tanto na TV.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 3, ed. Fep.
Em 27.06.2011.


domingo, 19 de julho de 2015

Diabinho da Garrafa e O Francês Chambront *1






Quem anda pelos morros de Roça Grande, no hoje bairro Santo Antonio, vai se deparar com uma ruína numa área plana de vegetação rasteira.
Lugar aprazível de onde se enxerga a cidade de Nova Lima, Belo Horizonte, Sabará e Raposos alem de ver na direção do sol nascente, a fabulosa Serra da Piedade, localizada no município de Caeté, terra de Israel Pinheiro.
Olhando atentamente, notará que a ruína é composta de alicerce que no passado deveria ser bem consistente, tendo em sua estrutura um casarão de vários cômodos.
Freqüentava esse lugar desde criança, primeiramente com meu avô, buscar mangaba, gabiroba e lenha para ser usada no fogão.
Curioso em saber quem seria o louco que moraria tão longe da cidade meu avô me contou essa historia.
No século XVIII, época de grande expansão mineral nas Minas gerais. Sabará foi invadida por vário tipo de imigrantes.
Portugueses, paulistas, italiano, baianos e até franceses, certamente remanescentes de algum navio corsário destruído em batalhas contra os nativos brasileiros e os povos lusitanos que administrava a terra tupiniquim.
Povo carismático, os franceses vieram á procura de ouro e estabilidade econômica.
Vindo diretamente do Rio de Janeiro, chegou nestas paragens Jacques Pierre Chambront, ou simplesmente Chambront. Homem rude, maquiavélico, com idéia fixa de ser rico muito rico.
Levava ao pé da letra essa idéia e a de um seu conterrâneo que acreditava que o fim justifica os meios
 Muito místico Chambront acreditava em mistério e o convívio com negros de origem do sudeste da áfrica, ficou conhecendo e temendo certo ritual nativos.
Sua cabeça dava voltas ora com a superstição indígena, ora com a força da natureza e seus entes que habitavam a floresta.
De um lado Tupã e Jaci, do outro Xangô, Iansã, Oxossi e Exus alem de sua tradicional origem dogmática, a cristandade.
Isso ás vezes o inibia, mas a vontade era tamanha em ser rico que um dia andando pela estrada velha que liga Sabará a Nova Lima encontrou uma andarilha que lhe pediu um pouco de comida ou algo que lhe desse um pouco de alento até chegar à povoação mais próxima.
- Olha senhora tenho aqui um pouco de feijão com farinha e torresmo alem de carne de sol. Sirva se.
A estranha mulher sentou a beira da estrada e se fartou.
Uma mulher com a feição de índia mestiça com negro. Cabelos negros corridos e dentes alvos, magra um olhar negro e misterioso como era a sua aparição ante ao francês.

Satisfeita do tratamento que esse imigrante estrangeiro lhe oferecera, resolveu também lhe dar um presente.
- Sei qual é o teu maior desejo, e como tu foste piedoso com uma estranha, poderá fazer uma escolha: Posso dar-te uma mulher bonita e fiel onde terás alegria e paz, filhos sadios, amigos ma s viverá eternamente procurando o pão ou posso dar-te riqueza, poderes, mas estará sempre vigilante, pois a inveja e cobiça de seus semelhantes será uma constante. Que te prefere?
-Esta a brincar comigo. Não tens onde cair morta?
-Vim para te testar e fazer esta oferta. -retrucou a estranha  mulher .
-Que assim seja. Quero dinheiro muito dinheiro, escravos, mulheres, ouro muito ouro, quero ser invejado pelo meu poder financeiro. Quero dominar tudo ser o dono do mundo.
- Se este é o teu desejo. Vou realizar, mas olha bem o que esta desejando.
-Quero poder. Quero dinheiro. O resto não me importa.
- Nem que para isso tu vendas a tua alma Para o tinhoso? Retrucou a mulher.
- Quero viver o momento, o futuro não me interessa.
-Que assim seja. A mulher abriu um alforje e entregou á Chambront, uma garrafa coberta com um tecido negro e orientou que só o abrisse somente em lugar onde seria a sua futura casa. E que a garrafa em hipótese alguma poderia ter sua rolha retirada do gargalo.
Deveria fazer os pedidos toda as sexta feira á meia noite e esperar o resultado.
Os pedidos deveriam ser em numero de três.   E os seguintes rituais eram obrigatórios:
Assim que conseguir seu objetivo. Estaria compromissado com o tinhoso.
É isso que tu queres? Ainda perguntou a mulher.
È! Confirmou o francês Chambront.
Que assim seja. Tu acaba de quebrar o meu pacto e a partir de hoje terás o queres. Tomara que não te  arrependas.
Tido isso a mulher andou alguns passos e desapareceu.
Acreditando na historia da mulher, esperou a primeira sexta feira da quaresma para confirmar o pacto.
A meia noite da sexta feira, só no alto do morro vendo as luzes das fogueiras dos escravos abaixo da serra ele tirou o véu negro da garrafa e notou uma luz vermelha dentro.
O que queres meu amo para me libertar desta garrafa? Ouviu uma voz fina vinda de dentro da garrafa.
Quero dinheiro poder e uma fazenda bem aqui cheio de escravos, gado e uma mina de ouro particular.
- Terá o que pede mortal. Mas vou embora e voltarei para te buscar para minha morada.
.-Faça o que peço e daqui a sessenta anos estarei a sua disposição.
-Então durma. Terá tudo o que pede ao amanhecer.
Estranhamente Chambront caiu no sono. Acordou no dia seguinte numa cama luxuosa feita de mogno, um quarto que lembrava muito os aposentos do Rei Sol Luiz XIV decapitado anos antes juntamente com Maria Antonieta.
Estava sonhando, não podia acreditar, todo o seu desejo estava sendo realizado.
Uma mulher negra adentrou em seus aposentos;
- Sua  benção sinhô. O desjejum esta na mesa e o sinhô têm que da as ordens do dia.
Atônito Chambront, foi guiado a uma grande sala feita de blocos de pedra talhado, mesa feita de madeira maciça, como as cadeira, armários, iluminação era feita com castiçais de ouro e vela vinda especialmente da índia, por causa de sua durabilidade e odor.
Saiu ao pátio de sua fazenda e vira realmente, onde desejava ter o a sua propriedade se realizara.
Gados bovinos e caprinos. Meia centena de escravos sendo vigiado por uma dezena de capitães do mato e cães.
Estava sendo tratado como rei. Tudo o que precisava, era só estalar o dedo e surgia como por encanto.
Escolheu um capataz e uma governanta para ajudá-lo a administrar sua propriedade.
Teve mulheres. Muitas mulheres.
Viajava para o Rio de Janeiro, Voltou a Paris levando as riquezas de sua propriedade e todos admiravam e se espantavam como o francês Chambront, o pobre e amaldiçoado Chambront, conseguia ficar rico em pouco espaço de tempo. Passou por Lisboa e Coimbra para comprar livros e se entrevistar como o rei de Portugal, mas a tensão entre França e este pais prenunciara a um conflito internacional.
Achou melhor voltar para o Brasil no navio que adquirira.
Ao chegar ao Rio de Janeiro, as noticias eram as mais desagradáveis possíveis.
Um bando de escravos juntamente com capitães do mato havia invadido sua fazenda e matado seus fieis servidores e tomado todos os bens que havia adquirido.
Partiu para Minas gerais com um bando de mercenário.
Pegando os invasores de supresa houve um verdadeiro derramamento de sangue na região.
Confundiam se sangue negro com brancos e índios.
Conta se que os homens contratados por Chambront transformou a bela fazenda num amontoado de escombro. È quando  Chambront se viu cara a cara com um inimigo que lhe disse claramente:
_ Vim te buscar!
Ao reconhecer aquela voz, retrucou esse não era o combinado, não foi isso que tratamos.
- Não sou de cumprir tratado. Agora você é meu.
 Chambront foi encontrado morto na porteira de sua propriedade. Corpo sem uma gota de sangue e de sua propriedade nada foi aproveitado, o gado se consumia em doença, a casa inexplicavelmente se derretia ao sabor do vento e do sol.
Ficou sendo aquele lugar um recanto assombrado, onde se ouvia nas madrugadas frias de inverno e semana santa, gritos de pessoas aterrorizadas e luzes que não se identificava com nada da época.
Meu avô finalizou essa estranha narração me deixando um claro aviso de que nada se consegue com facilidade.
“O que vem fácil, vai fácil” e que na vida nada se consegue com atalho ".



 *1 nota do escritor
O Diabinho da Garrafa também é conhecido como Famaliá, Cramulhão, Capeta da Garrafa, entre outros nomes, este ser é fruto de um pacto que as pessoas afirmam que se pode fazer com o diabo, este pacto consiste na maioria das vezes de uma troca, a pessoa pede riqueza em troca dá sua alma ao diabo. Depois de feito o pacto a pessoa tem que conseguir um ovo que dele nascerá um diabinho de 15 cm à aproximadamente 20 cm, mas não se trata de um simples ovo de galinha, e sim um ovo especial, fecundado pelo próprio diabo. O Diabinho da Garrafa tem as seguintes características: Nasce de um ovo (em algumas Regiões do Brasil acredita-se que ele pode nascer de uma galinha fecundada pelo diabo), em outras  Regiões acreditam que ele nasce de um ovo colocado não por galinha e sim por um galo, este ovo seria do tamanho de um ovo de codorna; para conseguir tal ovo, a pessoa deve procurá-lo durante o período da quaresma , e na primeira sexta feira após conseguir o ovo, a pessoa vai até uma encruzilhada , a meia noite ,com o ovo debaixo do braço esquerdo,após passar o horário retorna para casa e deita-se na cama. No fim de 40 dias aproximadamente, o ovo é chocado e nascerá o diabinho; de posse do diabinho, a pessoa coloca-o logo na garrafa e fecha bem fechado, com o passar dos anos o diabinho enriquece o seu dono, e no final da vida leva a pessoa para o inferno.