( click na foto)
Ninguém entendia Wagner, um jovem de
vinte e cinco anos, de tez parda, um metro e setenta de altura, sessenta
e quatro quilos bem distribuídos, olhos negros
amendoados, cabelos crespos e rebeldes emolduravam o rosto redondo que
levava em seu status um sorriso misterioso
vindo de um lábios finos e bem desenhado.
Esse simpático rapaz tinha a mania de reunir seu fiel cão e rumar para
as matas do Bernardo Pereira , la na divisa de General carneiro com Roça
grande. Tudo normal, mas acontece que ele nunca chegava em casa com a caça.
Sempre que indagado respondia que como ficara muito tempo no mato ele se
alimentava do que caçara. Uma vez por mês essa caçada era religiosamente
realizada. Nunca convidou um amigo par acompanhá-lo nesta empreitada.
Subia a mata,
virava morros e la ia Wagner entranhando
mata dentro, procurando os animais que ele dissera caçar, mas ninguém nunca os
vira.
Muito
trabalhador, sua habilidade com o serrote e o martelo o deixara famoso em toda Sabará e região como mestre marceneiro,
“o incomparável”.
Trabalhava de
segunda á sexta em seu cantinho e a noite de sexta feira, saia com o seu cão,
para encarar a noite fria das matas de Roça grande.
Num bela manhã
de segunda feira , ele não voltou de sua expedição e isso chamou a atenção de
seus familiares. Seus pais o procuraram por toda a região e ninguém sabia
informar noticias do jovem caçador. Muitos
de seus amigo preocupados, criaram expedições para seguir alguma pista que
levasse ao paradeiro de Wagner. Depois de muito procurar, encontraram Wagner
acampado nas matas do Tupi, região fronteiriça do bairro de Roça grande com o bairro da Paciência em Sabará. Seu
estado era de que havia surtado ou estava em outra dimensão. Foi internato na
santa casa de Sabará onde passou por uma serie de exame e não foi encontrado
nada de anormal.
Os dias se
seguiram e o nosso jovem amigo, impedido de ir para sua costumeira aventura, se
sentia agitado e angustiado. Olhava o horizonte com olhares temerosos como a
antever que algo terrível pudesse acontecer.
Vinte e quatro
de fevereiro de mil novecentos e setenta e oito, sexta feira meia noite. Wagner
fora visto caminhando ás margens do córrego dos aflitos. Algumas pessoas
estranharam aquela atitude e o alertaram para o perigo que corria. Ele
retrucava dizendo que sabia o que estava fazendo e tinha que fazer antes que
fosse tarde.
Seu pai fora
chamado e juntamente com mais alguns amigos e curiosos foram seguindo o apreensivo rapaz que ao
caminhar dentro do córrego, dizia palavras desconexas e estranhas.
De repente uma
luz saiu de dentro do córrego e numa velocidade incrível percorreu toda a extensão do afluente e parou em
frente aos estupefatos observadores que tentaram evadir mas, cadê a força?
A luz
lentamente se afastou e se aproximou de
Wagner que numa posição servil , ofereceu á luz uma garrafa e um prato contendo alimento. Os objetos sumiram como por
encanto e nas mãos de Wagner algo reluzia . Reluzia tão intensamente que Wagner
caiu e de repente tudo se apagou.
Seu pai e os
amigo que a tudo observavam acudiram ao teu corpo que desfalecia dentro d’agua.
Levado para
casa Wagner estava com a fisionomia de
quem tinha uns oitenta anos , rostos e membros cheio de manchas e rugas, toda a
sua juventude fora sulcada pela luz que encontrará La no córrego dos aflitos.
Permanece o mistério:
Que luz era aquela? O que nosso
personagem ia fazer na mata todas as sexta feira? Será que era um pacto?
Com quem?
Muitas são as perguntas,
milhões são as respostas, mas nenhuma ainda foi coerente com o fato ocorrido.
Uns dizem que ele tinha um pacto com as almas de escravos, outros diziam que a luz
era a Mãe do ouro e os mas radicais afirmam peremptoriamente que a luz era o próprio
demo.
São indagações
que ficarão eternamente sem resposta, a menos que neste dia vinte e quatro de
fevereiro a meia noite , alguém se aventure a subir o córrego dos aflitos a
meia noite e esperar o encontro com o desconhecido . Você arriscaria?
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