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domingo, 22 de fevereiro de 2015

Superstições da Quaresma




Variados e copiosos são os aspectos folclóricos decorrentes de atos, fatos, fórmulas, ritos e dogmas da nossa religião. Nesse folclore religioso inclui-se todo um infindável rol de tradições: lendas e milagres de santos; ex-votos e promessas; orações e benzeduras; corte, puxada e fincada de mastro; toadas de congo em louvor de santos; romarias e procissões; dramatizações profano-religiosas; e mais as festas juninas e as do ciclo do Natal — enfim, cortejo infinito de tradições que, por estarem tão ligadas à religião, mais entranhadamente resistem à força demolidora da "civilização".

Para esse folclore, a Quaresma, e dentro desta a Semana Santa, concorrem com interessante contingente de crendices, orações, trovas, adivinhas, o bulhento ofício de trevas, a solene procissão de Sexta-Feira Santa com Beús e matracas, e, no sábado da Aleluia, a rumorosa e festiva malhação dos Judas.

Aqui, porém, somente focalizaremos o setor das crendices, ligadas à Semana Santa e à Quaresma.
Comecemos pela velha superstição dos "treze à mesa", proveniente da última ceia de Cristo e seus doze apóstolos. Julga o povo — aliás de quase todas as nações — que, sentando-se à mesa de refeição, treze pessoas, uma delas — a mais velha ou mais moça — morrerá dentro em breve.
Parte daí — dizem — o vezo antigo de se considerar o 13 número de azar e de morte. Então, se a ele se associa a sexta-feira, maior é o risco, mais cabuloso será o dia.
A sexta-feira da Paixão ou qualquer outra figura em várias e pitorescas abusões do povo. Por exemplo:
Em sexta-feira não se corta unha, porque "faz unheiro"  ou "dá dor de dente", ou "dá inflamação nos dedos" . Às crianças em tal dia, "só a madrinha pode cortar as unhas" .
Na Sexta-Feira da Paixão não se varre a casa — porque "faz mal" ; porque "se varre os cabelos de Nosso Senhor" . Não se corta nem se chupa cana — alusão talvez à cana que serviu de cetro a Cristo.
Em sexta-feira não se deve viajar — "faz mal", "é perigoso" ; "acontece desastre" . Também em tal dia, não se deve fazer a barba ;  não se deve dar sal ; não se deve olhar no espelho — é agouro . Quem ri na sexta-feira chora no domingo.
Na Sexta-Feira da Paixão — Marias não podem cortar o cabelo; também não podem pentear-se, porque "Maria Santíssima não se penteou" . Foi Nossa Senhora quem disse: "Diabos carregue as Marias que pintiá os cabelo na Sexta-Feira da Paixão!..." .

Faz mal, nesse dia santo — "socá os tempero no pilao, para a torta". Isto se faz "na quinta-feira maior" . "É bom greá cachorro na Sexta-Feira Santa: nunca dá peste no cachorro, nem ele panha quarqúé mal". "Greá" — explicou-nos o informante — "é marcar a fogo, com um 8, nos quarto do cachorro".
Também na sexta-feira maior — "o café será tomado amargo, porque os judeus deram a Jesus 'fel amargurado'''.
Antigamente era costume na Roça  grande — trocar-se qualquer moeda por um vintém tirado ao esquife do Senhor na Sexta-Feira da Paixão. Esse vintém servia de "chamariz" à fortuna. A mesma crença continuou por muito tempo, trocando-se, porém, os vinténs nas bandejas de esmolas — expostas na igreja. Guardavam-se bem guardadas essas moedas de cobre e no ano seguinte davam-se aos [mendigos]; outro modo de atrair a sorte a si mesmo, porque "quem dá aos pobres, empresta a Deus".

Estas e outras inúmeras abusões e crendices se perpetuam, através dos tempos, entre a gente simples e crédula, tornando mais tristes, impressionantes e sombrios os (?) nos dias da Quaresma e da Semana Santa em nossa terra.

Vinte e um de fevereiro de 1945- Tomada de Monte Castelo

Em 21 de fevereiro de 1945, a FEB (Força Expedicionária Brasileira) realizou a sua mais importante conquista nos campos de batalha europeus: a tomada do Monte Castelo. Formada durante o governo Getúlio Vargas, a FEB era constituída de oficiais e voluntários que se alistaram com o intuito de poder ajudar as forças aliadas no combate ao nazi-fasciscimo na Europa. Os brasileiros, em sua maioria, estavam despreparados para os conflitos e as forças nacionais receberam treinamento e mantimentos dos quartéis norte americano. Foram enviados desde armamentos até uniformes, afinal, os brasileiros estavam acostumados a um clima tropical e suas vestimentas não eram adequadas para o rigoroso inverno europeu.


 A FEB estava subordinada ao 4o Corpo do 5o Exército americano e foi enviada para os campos de batalha na Itália para ajudar a conter o avanço das forças alemãs em direção à França. Antes da vitória final, em 21 de fevereiro, ocorreram outras três tentativas. O comando americano definiu que no dia 19 de fevereiro teria início a nova ofensiva que ficou conhecida como?Operação Encore?. Nesta, a missão da força brasileira era tirar Monte Castelo do controle dos alemães, pois ele representava uma posição estratégica, já que se encontrava no caminho para Bolonha, cidade que representaria uma importante conquista para as forças aliadas. No dia 21, a FEB derrubou os alemães. A tomada do Monte Castelo ficou conhecida como a sua mais importante conquista.

 Alguns meses depois, em 8(oito) de maio de 1945, a Alemanha se rendeu e, pelo menos em território europeu, a guerra chegou ao fim. Os pracinhas da FEB retornaram ao Brasil e aqui foram recebidos com muita festa. A segunda guerra só acabaria, no entanto, 4 meses mais tarde pois os japoneses ainda não haviam desistido e continuavam a jogar seus kamikazes contra os alvos inimigos. A crueldade do bombardeio atômico a Hiroshima e Nagasaki mostrou ao mundo o poder de fogo norte americano e os ataques desnecessários levaram à capitulação dos japoneses em 2(dois) de setembro de 1945.

Fontes de informações e imagens:
A Conquista de Monte Castelo
Segunda Guerra Mundial