bem vindo

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Interludio



Meu caminho ( My Way)


INTERLUDIO

. 
Definição


1.Uma pequena composição geralmente
 para órgão de caráter 
 improvisatívo que ocorre entre outras
 peças músicais como hino,
 salmo ou cantata/ 
2.O interlúdio surge para preencher
 o intervalo entre dois atos.
 ( vide Fé e Entrevista com um morto)

Hoje resolvi não dar aula de informática  para minha  aluna e para  compensar , subi até o alto do bairro Rosário para fazer uma tomadas para o filme que estou preste a lançar. Fui eu e minha aluna. Eu mostrava o ângulo e ela  aprendiz de cinegrafista se virava no manuseio da  filmadora.
Feito várias tomada  sentamos no caminho de acesso  ao bairro e num papo e outro começamos a falar de Deus.  Conversa que aprofundamos e comparamos com o momento atual de nossas vidas. Ela casada  e infeliz no casamento , eu lutando para sobreviver , pensando onde passaria a noite  , ainda com medo e lembrança do modo rude em que minha irmã conseguiu na justiça me tirar da casa que eu habitava há mais de vinte e três anos.
Sentíamo-nos angustiados  , mas de repente me veio á cabeça a vida de meu amigo Eduardo (vide Fé e Entrevista com um morto ) . E como num passe de magica comecei a viver um angustioso momento e que me fez meu corpo tremer  e arrepiar.
Parecia que meu amigo *Eduardo estava ao meu lado, e,  em minha mente passou algo simplesmente aterrador:
Comecei a viver  os momentos finais da vida  do meu amigos .
Vivi aquela bendita segunda feira e pelos meus olhos, passava a cena  onde ele sentado á mesa  , escrevia num papel.
Escrevia  suas ultimas vontades , preencheu o cheque no valor de dois mil e quinhentos reais , outro de hum mil e novecentos ,  retirou de uma gaveta um  maço de notas e enrolou no papel que acabara de escrever .
- Pude ler num relance o terrível  bilhete . Nele ele pedia que todo o dinheiro  que seria encontrado  fosse  para a despesa de seu funeral . O restante seria para translado do corpo e necropsia l , pediu que não colocasse flores em sua urna .
Como um vídeo  vi ele caminhar pela ruas do bairro pegar o ônibus e ir diretamente para o hospital militar . Seus olhos não demonstrava nenhuma emoção. Estava congelado de emoção ou determinado no seu objetivo, hesitou ao chegar à porta da instituição e anunciou ao recepcionista que precisaria ir à enfermaria. De onde eu estava senti seus passos vacilantes, mas determinado, sentou na antessala e neste momento vi lagrimas descer dos teus olhos castanho escuros  . Àqueles olhos frios e duros que passou seus últimos anos criticando o criador, vertia agua, lagrima de revolta por não ter neste momento difícil quem sempre esteve a vida toda ao teu lado, tua mãe. Queria neste momento ser uma ramificação de seus neurônios e ler exatamente o que seu cérebro tramava  neste momento crucial.
Queria ser um anjo ou uma alma livre transitando junto á dimensão paralela  se essa  criatura amargurada  era influenciada por força oculta. Queria conferir se o livre arbítrio realmente existe ou somos manipulados  , induzidos , seduzido ou conclamado a agir.
Estava nesta meditação quando um estampido ecoou no ambiente e vi meu amigo cair, num espasmo vi  ele partir deste mundo . O frio vento da vida que partia congelou no momento minha alma. Vi-me estático olhando a estrada que ligava Sabará a Belo Horizonte. Minha amiga  se  assustou. Não entendia o meu estado e perguntou se  precisava de uma assistência médica.
 – Respondi que não e pedi-lhe que precisava ficar só. Despedi-me e vim para minha nova morada.  Atrás de mim, sentia passos, sentia que alguém me seguia e aumentei mais ainda as passadas e quase corri.
Cheguei a casa ofegante, entrei no meu escritório e em cima do meu  computador encontro a ultima lembrança que meu amigo me deu, um livro e dentro a mensagem  manuscrita me agradecendo por ser seu amigo.
Alguém pode me dar uma explicação para esse caso?
*Se Eduardo estivesse aqui essa musica de Frank Sinatra traduziria bem o que foi a vida dele .
Eduardo é um nome fictício desse meu amigo que me foi  bastante leal. Mas infelizmente não consegui convence-lo que Deus é nossa maior referencia e quem somo s nós para  julgar , criticar ou opor a seu designo.  
Meu caminho  ( My  Way )

E agora o fim está próximo
E então eu encaro a cortina final
Meu amigo, eu vou falar claro
Eu irei expor meu caso do qual tenho certeza

Eu vivi uma vida que foi cheia
Eu viajei por cada e todas as rodovias
E mais, muito mais do que isso
Eu fiz do meu jeito

Arrependimentos, eu tive alguns
Mas, novamente, muito poucos para mencionar
Eu fiz o que tinha que fazer
E vi tudo, sem isenção

Eu planejei cada percurso
Cada passo cuidadoso ao longo da estrada
E mais, muito mais do que isso
Eu fiz do meu jeito

Sim, houve vezes, eu tenho certeza que você sabia
Quando eu mordi mais que eu podia mastigar
Mas apesar de tudo quando havia dúvidas
Eu engoli e cuspi-la

Eu passei por tudo e fiquei de pé
E fiz do meu jeito

Eu amei, eu ri e chorei
Tive minhas falhas, minha parte de derrotas
E agora como as lágrimas descem
Eu acho tudo tão divertido

Pensar que fiz tudo o que
E talvez eu diga, não de uma maneira tímida
Oh não, oh não, não me
Eu fiz do meu jeito

Pois o que é um homem, o que ele tem?
Se não ele mesmo, que ele tem nada
Para dizer as coisas que ele sente de verdade
E não as palavras de alguém que se ajoelha

Os registros mostram, eu recebi as desgraças.
E fiz do meu jeito


 Siga em paz  teu caminho, Amigo Eduardo 

sábado, 18 de setembro de 2010

Sou o menor dos pequeninos



Sou o menor dos pequeninos


O mais pobre dos plebeus


Do alheio, o inquilino
O mais baixo pigmeu
O comum do singular
O último dos derradeiros
Viandante, peregrino
O mais manso dos cordeiros


Eu sou maior


Em lampejos de brandura


Da angélica candura
Dos mistérios do amor


Sou bem maior


Que os pinheirais de humildade


Pelos campos da bondade


Eu sou a felicidade.

A letra desta musica do cantor Noite ilustrada descreve quem realmente sou.
Fiquei feliz quando ,me disseram nesta manhã que não sou nada , não sei nada e que ou um monte de nada.
È bom saber disso pois quando eu for para a morada  eterna estarei voltando ao pó que um Dia Deus me tirou.
Deve haver La no  outro lado um lugar só para as pessoas que são alguma coisa nesta vida.
Com certeza os Faraós, os Vikings estavam certo quando levavam para os seus  túmulos as riquezas aqui acumulada, eu como sou nada deixarei um legado para outras gerações. Deixarei o que Machado de Assis,José de Alencar , Rui Barbosa e outros literato nos legou, deixarei a fama de escritor, pesquisador dos costumes desta terra , com mais dois livros  a ser lançado breve . isso voces podem tentar tirar mas não conseguirão .
O cardeal Dom Serafim Fernandes de Araujo foi muito sábio quando disse que caixão não tem gaveta  Agora tente explicar ao querido interlocutor que daqui da terra ele levara somente o que ele plantar.



sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Eu de frente comigo mesmo



Não esperava esse encontro. Mas Aconteceu. Vi-me de frente comigo mesmo.
Explico. Fui á casa de um amigo e colega no ramo de informática pegar um programinha de edição de vídeo.
Estou terminando de montar um documentário sobre Roça grande.
Conversando com esse meu amigo, despertei a atenção de seu irmão mais velho, que me surpreendeu com uma critica velada.
- Valdemar! Como você pode pintar as coisas que acontecem no mundo com cores tão carregada. Você é um pessimista. Assustei. Juro que cai da cama com tal declaração.
Mas me contive e refleti por alguns instante pra dar uma resposta de acordo com o momento exigi.
Olhei par ao meu interlocutor e vi nele a mesma impetuosidade que tinha quando entrei definitivamente no mundo. Eu era muito idealista, fã de carteirinha do Frei Leonardo Boff, Neymar de Barros e outro escritores da ala modernista da igreja católica. Via o mundo aos meus pés sem saber que eu não chegava aos pés do mundo.
Ouvi calado ás criticas e refletindo se realmente eu era um alarmista , uma pessoas informada do que realmente ocorria neste meu Brasil ou um profeta do apocalipse.
Discutimos. Eu com a minha visão que o capitalismo selvagem levaria a classe D e E á uma bancarrota financeira infinita e ele achando que todos têm o direito de consumir de acordo com as sua posses. Questionei se um simples servente com salário de oitocentos reais teria condição de manter um veiculo financiado em setenta e duas prestações de quatrocentos reais, para ele seria mais justo e o servente merecia. Coitado- pensei. Ele tem a mesma viseira que eu tinha anos atrás.
Só que eu era socialista convicto. Membro da maldita CUT do PT, filiado no PDT de Leonel Brizola, achava-me o Maximo. Líder dos trabalhadores da Terex do Brasil. Fui preso por liderar greve na porta da empresa, levei suspensão disciplinar. Fui considerado um anarquista de marca maior e o terror dos empresários no meio metalúrgico.
Sorri ao ver meu critico. Eloqüente, impetuoso e convicto no que dizia.
Perguntei se ele achava que o modelo econômico e social era o ideal para nós brasileiro. Ele, do alto de sua convicção me respondeu que todos têm o direito de comprar, de ir e vir, de ter o status que sua posses lhe permitiam. Enxerguei o quão é poderosa a rede globo de televisão e todas as mídia no tange na sedução do ter, de impor sorrateiramente á classe D e E que você vale pelo que tem. È terrível.  Hoje sei que o sistema é forte e invencível e não iria falar com ele sobre isso, deliberar dizendo que ele é mais uma vitima do sistema selvagem do capitalismo, pois ele certamente iria se exaltar e nosso colóquio poderiam tomar rumos imprevisível. Só disse a ele que se não mudasse de visão, o mundo o faria mudar. Coisa que ele retrucou veementemente dizendo que sua posição ideológica estava definida. Sorri. Despedi-me e pensei: daqui a vinte seis anos, voce se lembrará dessa conversa e apostaria que sua impetuosiddae e a tua critica velada será menos incisiva.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A Maldição do Padre Emar


Aconteceu mais uma vez.
Na Roça grande quando uma pessoa se destaca e tenta viver fora dos grupinho. Tentando ser livre e independente, puxam o tapete dele.
Com o reitor Padre José Claudio, não foi diferente. Perdemos o maior investimento no turismo religioso da grande Belo Horizonte, Sabará  perdeu um referencial litúrgico da região.
Quem sou eu para entrar no mérito da questão que envolveu a sua saída, apesar da resistência da comunidade católica da região, que lutou bravamente para reverter à decisão de Dom Walmor.
Mas ordens superior e principalmente eclesiásticas devem ser cumpridas e nossa comunidade perdeu um dos maiores oradores da fé católica que apareceu nesta região nos últimos trinta anos. O padre José Claudio tem o estilo do falecido padre Emar e a energia do Padre Luiz aliado ao carisma do Santo Padre Antônio de Moura Lima.
Como disse monsenhor Edér Amantéa quando ainda garoto questionei sobre algo que me incomodava na igreja católica: ele do alto de sua sabedoria me disse: Valdemar a igreja é santa e pecadora; Santa porque ela representa o corpo de Jesus o Cristo, e, Pecadora por que  é composta também por nós, seres humanos, falíveis sujeito a errar e mesmo blasfemar contra o criador.
O reverendo deixará saudade, como deixou sua marca o padre José, as irmãs Virginia, Irmã Lady , Irmã Vilma, Irmã Mariana e Anita os padre Jorge e Juliano recente administradores da paróquia.
Perdemos um referencial, mas esperamos que o trio que acaba de chegar ,nos  faça crescer espiritualmente como o fez o padre José Claudio.
Para as pessoas que não acompanham a historia deste bairro, o Padre Emar, muito conservador , enfrentou muita restrição  das famílias que se julgavam  , donas da região,.
O conflito foi tão tenso que quando estava para sair do bairro ele profetizou que em Roça grande, nem capim iria para frente. Isso se tornou uma máxima no bairro e quando as coisas que nascem aqui começam  a progredir, vem algo que tenta de toda maneira destruir o empreendimento ou ação inovadora,Exemplos? Quem é a maior escritora de livros pedagógica de Minas Gerais ? Mara Benfica. Se ela tivesse continuado aqui , com certeza não iria conseguir chegar no auge que está .
Outro exemplo : Luiz José Gonçalves, o DJAVAN, reverenciado por todos os meios do esporte especializado no Brasil, um dos poucos atletas de Sabará a participar de um torneio continental, era para receber dos habitantes de Sabará uma justa homenagem pelo seu desempenho pelas pista da América; infelizmente é um ilustre desconhecido.
Temos ainda  a síndrome de Cain, quando um irmão começa a subir , o outro irmão (amigo , vizinho , conhecido ) simplesmente o derruba , denigre  ou o coloca no ostracismo social.
Se  um empreendedor sobrevive com seus recurso, ele é trambiqueiro , desonesto ou traficante.Em lugar pequeno onde todos se  conhecem é proibido o nativo subir na vida . Tem que ficar na lama como os outros indolentes preferem ficar.
Não queria citar , ma quantas pessoa colocaram em duvida minha arte de escrever. Chegaram até insinuar que minha obra prima é fruto de roubo , que eu havia subtraído de alguém essa preciosidade que é referencia quando o assunto é  Roça grande. Quebraram a cara . esse dom é meu e ninguém me tira e eu sou mais um cérebro que esta fugindo da maldição do padre Emar. 

obrigado Padre José Claudio fiel servo de  Jesus aqui na terra
Seja feliz em seu novo destino 

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Nativos de Talento da Roça grande






Castro Barbosa (Joaquim Silvério de Castro Barbosa), cantor e humorista nasceu em Roça grande municipio de Sabará/MG em 07/05/1905 e faleceu no Rio de Janeiro/RJ em 20/04/1975. Em 1931, quando trabalhava no Lóide Brasileiro, fez um teste na Rádio Educadora, do Rio de Janeiro, sendo apresentado a Almirante, que o convidou a participar de um programa.

Na emissora ficou conhecendo Noel Rosa, Custódio Mesquita, Nonô e Francisco Alves. Convidado pelo compositor André Filho, gravou seu primeiro disco em fevereiro de 1931, com a marcha Uvinha (André Filho) e o samba Tu hás de sentir (Heitor dos Prazeres), pela Parlophon. Gravou também, na Brunswick, o samba Tá de mona (Maércio e Mazinho), com o Bando da Lua.

Por essa época, conheceu Jonjoca (João de Freitas Ferreira), com quem formou uma dupla para concorrer com Mário Reis e Francisco Alves. Levado por Paulo Neto para a gravadora Victor, foi apresentado ao diretor artístico Rogério



Guimarães. Nessa gravadora lançou, em 1931, Sinto falta de você e A cana está dura, ambas de Jonjoca e gravadas pela dupla, seguindo-se mais 20 gravações até 1933.

Lançou a rumba Aqueles olhos verdes (Menendez, versão de João de Barro), em 1932; os sambas Vou pegá Lampião (J. Tomás) e Carioca, e o fox-samba Flor de asfalto (ambas de J. Tomás e Orestes Barbosa), em 1933. Para o Carnaval de 1932, gravou a marcha O teu cabelo não nega (Irmãos Valença e Lamartine Babo), que se transformou num dos maiores sucessos carnavalescos de todos os tempos, e Passarinho... passarinho (Lamartine Babo).



A partir daí foram vários os seus sucessos carnavalescos, como, em 1937, Lig-lig-lig-lé (Osvaldo Santiago e Paulo Barbosa); em 1942, Praça Onze (Herivelto Martins e Grande Otelo) e, em 1943, China pau (João de Barro e Alberto Ribeiro). Outras gravações de destaque foram a marcha A maior descoberta (Índio), em dupla com Almirante, no Carnaval de 1934; a marcha Vou espalhando por aí, em dupla com Carmen Miranda, em 1935; a valsa Dona Felicidade (Benedito Lacerda e Nestor Tangerini), em 1937; e a canção Festa iluminada (Gomes Filho), em 1942.

Castro Barbosa (Joaquim Silvério de Castro Barbosa), cantor e humorista nasceu em Sabará/MG em 07/05/1905 e faleceu no Rio de Janeiro/RJ em 20/04/1975. Em 1931, quando trabalhava no Lóide Brasileiro, fez um teste na Rádio Educadora, do Rio de Janeiro, sendo apresentado a Almirante, que o convidou a participar de um programa.

Na emissora ficou conhecendo Noel Rosa, Custódio Mesquita, Nonô e Francisco Alves. Convidado pelo compositor André Filho, gravou seu primeiro disco em fevereiro de 1931, com a marcha Uvinha (André Filho) e o samba Tu hás de sentir (Heitor dos Prazeres), pela Parlophon. Gravou também, na Brunswick, o samba Tá de mona (Maércio e Mazinho), com o Bando da Lua.

Por essa época, conheceu Jonjoca (João de Freitas Ferreira), com quem formou uma dupla para concorrer com Mário Reis e Francisco Alves. Levado por Paulo Neto para a gravadora Victor, foi apresentado ao diretor artístico Rogério Guimarães. Nessa gravadora lançou, em 1931, Sinto falta de você e A cana está dura, ambas de Jonjoca e gravadas pela dupla, seguindo-se mais 20 gravações até 1933.

Lançou a rumba Aqueles olhos verdes (Menendez, versão de João de Barro), em 1932; os sambas Vou pegá Lampião (J. Tomás) e Carioca, e o fox-samba Flor de asfalto (ambas de J. Tomás e Orestes Barbosa), em 1933. Para o Carnaval de 1932, gravou a marcha O teu cabelo não nega (Irmãos Valença e Lamartine Babo), que se transformou num dos maiores sucessos carnavalescos de todos os tempos, e Passarinho... passarinho (Lamartine Babo).

A partir daí foram vários os seus sucessos carnavalescos, como, em 1937, Lig-lig-lig-lé (Osvaldo Santiago e Paulo Barbosa); em 1942, Praça Onze (Herivelto Martins e Grande Otelo) e, em 1943, China pau (João de Barro e Alberto Ribeiro). Outras gravações de destaque foram a marcha A maior descoberta (Índio), em dupla com Almirante, no Carnaval de 1934; a marcha Vou espalhando por aí, em dupla com Carmen Miranda, em 1935; a valsa Dona Felicidade (Benedito Lacerda e Nestor Tangerini), em 1937; e a canção Festa iluminada (Gomes Filho), em 1942.

De 1931 a 1951, em 78 rpm, gravou cerca de 82 discos, com 148 músicas, sendo poucas as gravações depois de 1944. Trabalhou em várias estações de rádio, mas sua grande oportunidade nesse meio surgiu no Programa Casé, da Rádio Philips. Em 1937 foi convidado por Renato Murce para substituir o ator Artur de Oliveira no Programa Palmolive, da Rádio nacional, ao lado de Dircinha Batista e Jorge Murad, atuando como cantor e humorista.

Continuou nessas duas atividades e foi convidado por Lauro Borges para fazer programa que marcaria época na história do rádio brasileiro, o PRV-8, depois PRK-30, levado ao ar na Rádio Mayrink Veiga, na Rádio Clube do Brasil e, mais tarde, em São Paulo SP com o nome de PRK-15. Nesse programa ficou famoso com a caracterização de português.

Com o advento da televisão passou para a TV Paulista por mais quatro anos e , retornando ao Rio de Janeiro em 1959, lançou na TV-Rio o programa Só Tem Tantã, com Chico Anísio no papel principal, mais tarde transformado em quadro do Chico Anísio Show. Chico Anísio e Sérgio Porto escreviam e apresentavam quadros humorísticos em seu programa, entre os quais ficaram famosos "Feira livre", "Só tem tantã" e "Coral dos Bigodudos".
Durante oito meses atuou no programa de Renato Murce na TV-Rio, fazendo "As piadas do Manduca" (também um antigo programa de sucesso na época do rádio), "Seu Ferramenta" e a "PRK-30".

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Read more: http://cifrantiga3.blogspot.com/2006/09/castro-barbosa.html#ixzz0zSRqLfZX

De 1931 a 1951, em 78 rpm, gravou cerca de 82 discos, com 148 músicas, sendo poucas as gravações depois de 1944. Trabalhou em várias estações de rádio, mas sua grande oportunidade nesse meio surgiu no Programa Casé, da Rádio Philips. Em 1937 foi convidado por Renato Murce para substituir o ator Artur de Oliveira no Programa Palmolive, da Rádio nacional, ao lado de Dircinha Batista e Jorge Murad, atuando como cantor e humorista.
Continuou nessas duas atividades e foi convidado por Lauro Borges para fazer programa que marcaria época na história do rádio brasileiro, o PRV-8, depois PRK-30, levado ao ar na Rádio Mayrink Veiga, na Rádio Clube do Brasil e, mais tarde, em São Paulo SP com o nome de PRK-15. Nesse programa ficou famoso com a caracterização de português.
Com o advento da televisão passou para a TV Paulista por mais quatro anos e , retornando ao Rio de Janeiro em 1959, lançou na TV-Rio o programa Só Tem Tantã, com Chico Anísio no papel principal, mais tarde transformado em quadro do Chico Anísio Show. Chico Anísio e Sérgio Porto escreviam e apresentavam quadros humorísticos em seu programa, entre os quais ficaram famosos "Feira livre", "Só tem tantã" e "Coral dos Bigodudos".
Durante oito meses atuou no programa de Renato Murce na TV-Rio, fazendo "As piadas do Manduca" (também um antigo programa de sucesso na época do rádio), "Seu Ferramenta" e a "PRK-30".

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Read more: http://cifrantiga3.blogspot.com/2006/09/castro-barbosa.html#ixzz0zSRqLfZX

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O que há de maligno com o poder?


O que há de maligno com o poder?

É de arrepiar. Mas é verdade.

Política é coisa do capeta. Por mais que você associe o seu candidato á um Moisés do século XXI , ele pode ter as melhores intenções , o sistema o faz mudar de idéia e princípios se não for com a sutil sedução do poder é feita de forma covarde e avassaladora.

O poder é algo terrível , fascinante e mortal. Se você não tiver calocha para enfrentar a enxurrada , não entre na chuva. Com certeza você vai ser engolido pela avalanche.

Por experiência própria senti isto . Fui candidato a vereador por Sabará três vezes : 1988 tive 245 votos (ganhei a suplência na câmara municipal) 1992 tive 185 votos e 2004 tive 86 votos.

Senti na pele o quão é terrível desafiar o poder em voga.

Sempre fui oposição. Não me vendi e não me vendo. Não sou bajulador de políticos e muito menos tapete para eles pisarem e me escarnecer. E isso é terrível. A perseguição é certa .

Em 2004 fui candidato e nem a minha família votou em mim. Claro acredito que minha esposa e filho votaram . Mas irmãos e sobrinho , querendo uma vaga na prefeitura e beneficies do poder municipal apoiou maciçamente o candidato do prefeito preterindo o sangue fraterno. Coisas do poder. Tentaram me impedir até de lançar o meu livro. Que esta me salvando financeiramente. Pois se sobrevivo , modestamente , é graças á “ROÇA CONTA UM CONTO”.

O candidato deles foi eleito , a família esta feliz na prefeitura , na administração municipal , ganhou bolsa de estudo na faculdade enfim , estão no time que esta vencendo.

Mas o que quero abordar é um caso que um amigo meu de uma cidade do interior me contou e que me deixou verdadeiramente assustado.

Roberto. Pastor da igreja evangélica “CAMPOS DO SENHOR JESUS”, comerciante no ramo de tecido , muito popular na região resolveu se candidatar ao cargo de Edil desta linda cidadezinha. Como era uma pessoa inteligente e carismática , contava já com a sua eleição ao cargo. Vendeu terrenos investiu em propagandas , cesta básicas , levar doente á hospitais e veio até á capital das gerais marcar consulta para um suposto eleitor.

Não dormia direito. Usou os setenta dias de campanha integralmente. O dinheiro parecia que era pouco. Vendeu sua vaquinha de estimação. Vendeu o carrinho Chevette ano 1982, prevendo que assim que for eleito ele compraria um do ano, deu dinheiro a rodo para cabos eleitorais que lhe prometia uma avalanche de votos.

Estava eleito. Só esperaria abrir a urnas e pegar o diploma.

Mas Deus se compadeceu da ingenuidade do pastor Roberto e lhe mandou um aviso. Um aviso que lhe fez tremer as base da raiz de seu cabelo:

Foi num sábado 25 de setembro de 2004, hora uma hora e vinte e cinco da madrugada, batem á porta do pastor Roberto:

- quem é ? Pergunta de dentro da casa.

- sou eu pastor . O João do moinho amarelo.

- o que você quer João:

-tamos precisando de sua ajuda , pastor.

O Zeroberto ta mal!

Falando coisa sem sentido.

- que coisa hen! Vamos La ver o que ta acontecendo.

Saíram. Teria que dirigir dez kilômetro numa estrada cheia de buracos e enlameada , sem iluminação e com um matagal bem considerado. Se não fosse a cata de votos ele mandaria esses cara catar prego. Mas ele queria por que queria ser vereador, ma assim que ele for eleito ele passaria esse tipo de serviço para o seu assessor.

Chegaram . Ao longe ele pôde ver a tênue luz do barraco e uma grande dos vizinho s que assustado rezavam e gritavam todo o tipo de oração. Estavam assombrados, apavorados era a palavra certa.

Alguém gritou: Graças a Deus o Pastor Roberto chegou!

Aleluia! Jubilou outro – Tamos salvo.

Roberto com seu terninho de tergal branco desceu do carro , armado com a bíblia e o óleo bento e foi logo pro quarto do enfermo (?).

Vendo o ambiente . Viu que a coisa era terrível . Tratava de uma possessão espiritual.

Quando o enfermo o viu . Começou a rir , gargalhar e zombar.

- Chegou o homem de Deus!

- chegou o próximo amigo.

_ Roberto impassível , começou a orar e sua orações foram dando efeito .

O enfermo gritava, blasfemava e por fim foi definhando até cair de joelho ante aos salmo e orações do homem que representava Jesus naquele momento.

Antes de ir definitivamente do corpo do Zéroberto ele avisou.

Você vai ser eleito nesta cidade e vai se r mais um que vai me adorar. O seu prefeito é meu amigo e você não vai ser diferente. O poder que você almeja e mais cedo ou mis tarde você vai prestar culto é Amim. E numa terrível gargalha ele abandonou o frágil corpo do camponês.

- Roberto estava lívido. Acordou de um pesadelo . Aquelas palavras haviam feito despertar do topor causado pelo poder , pela ganância .

Mas mesmo assim acreditava que essa era a sua missão. Chegou ás véspera da eleição e decepcionado viu a sujeira que envolve a política. O prefeito que ele apoiava e achava que era seu amigo. Mandou que as maquinas trabalhassem dia e noite na recuperação das estradas do distrito onde ele morava e atrás das maquinas veio o protegido do prefeito que com isto ganhou todos os créditos do trabalho.

Eleição. Dia quatro de outubro de dois mil e quatro. As urnas são abertas e Roberto vê o massacre que sofreu.Perdeu as eleições , perdeu dinheiro , patrimônio e ilusão pelo poder.

Mas me garante o meu amigo que agora, recuperando todo o seu patrimônio moral e material. Que Deus o livrou da perdição de sua alma.

Tudo é força, mas o poder maior vem de Deus.

Todo império na terra cai. Nada é eterno

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Gerenciando a inveja

o texto não é meu. mas achei muito interessante. Pelo menos meus inimigos vão saber a definição do que sentem por mim.
****
Resultado de imagem para inveja

Inveja 

Em vez de destruí-lo, ela pode ajudá-lo a crescer. Aprenda a lidar de maneira produtiva com esse sentimento, que é comum a todos os seres humanos
Por Otávio Rodrigues
Aconteceu em família. Os dois irmãos trabalhavam num mesmo grupo, mas em empresas diferentes - o mais velho em agricultura e o outro em negócios com ovinos. E não se davam bem. Qualquer pequeno sucesso do irmão mais novo causava desgosto no mais velho.
Todo mundo conhece esse sentimento - seja de um ou de outro lado da linha. Acontece entre irmãos, como nesse caso, mas também entre amigos e colegas de trabalho. Há momentos em que a tal amargura se instaura mesmo em relação a personagens distantes e míticos, como a atriz da novela, o cantor de mambo e o executivo nota 10. Pode ser um estremecimento rápido, ocasional. Ou então um ardor lancinante, duradouro, talvez eterno. Mas é quase sempre inconfessável.
A história daqueles irmãos teve seguimento, complicou-se ao longo dos anos, até que um dia a casa caiu mesmo, envolvendo até o chefe do grupo. Para demonstrar superioridade e atrair para si as atenções do alto comando - que lhe pareciam sempre dirigidas ao mais novo -, o agricultor entregou pessoalmente os resultados da produção na sede do grupo. O mais novo fez o mesmo com suas ovelhas, quase por imitação, mas ainda assim ganhou sozinho e de novo o reconhecimento do todo-poderoso. Pouco depois, o caçula foi encontrado morto.
Não há provas de que esse caso de inveja tenha mesmo ocorrido, mas é tido como o mais antigo (dá para perceber, é a história de Caim e Abel). Claro, trata-se de um mito, e, como tal, num exagero, dá até para dizer que aconteceu em nossa família - em sua gênese, por sinal. E que por isso ainda está aí, impregnando nosso código genético.
O sucesso dos outros incomoda você? O seu sucesso incomoda os outros? É natural que tenha respondido "sim" a pelo menos uma dessas perguntas - caso contrário, seu reino não é deste mundo. O que não parece exatamente claro para todos, porém, é que as organizações estão extremamente vulneráveis à disseminação desse mal. Apesar de faltarem números a respeito, é consenso entre estudiosos, consultores e alguns executivos de recursos humanos (mais a torcida do Flamengo e do Corinthians) que a inveja tende a proliferar nos ambientes onde existem alta competitividade e políticas de premiação - um modelo trivial nas corporações de hoje. A utilização desregrada das chamadas "doutrinas de sucesso" e dos programas de reconhecimento individual ou por equipe, a falta de transparência nas políticas de benefícios, a criação de mitos e heróis internos e externos, tudo isso pode, ao mesmo tempo, gerar frustrações, sentimentos de impotência e, finalmente, colaborar para que a inveja ganhe terreno.
Em casos extremos, o estrago pode ser grande. A começar pela perda de tempo: quando as pessoas estão sentindo inveja, não estão trabalhando ou pensando no que é melhor para si e para a empresa. Há quem arquive um bom projeto só para impedir que alguém brilhe por ter boas idéias e iniciativa. Sem falar na perda de profissionais talentosos, que, em geral, não duram muito em ambientes contaminados pela inveja.
E os prejuízos continuam. Quem sente inveja pode se tornar, rapidamente, uma pessoa amarga no trabalho. A carreira passa para segundo plano, a produtividade cai, as boas idéias desaparecem, a angústia e a ansiedade tomam conta do coração e da cabeça. Numa dessas, a carreira do invejoso pode ir para o brejo. E por culpa dele mesmo. Aquele que é invejado, por sua vez, pode ser vítima de sabotagens e não raro acaba fritado. Ou seja, invejar ou ser invejado é uma pedra no caminho.
Mas, afinal, podemos deixar de sentir inveja? Dá para controlá-la? Bem, não podemos nos livrar desse sentimento - ao menos, enquanto a verdadeira maturidade não chega. Mas podemos e devemos nos esforçar para gerenciar a inveja, tranformando-a em saudável motivação para alcançar o que desejamos.
Um bom começo é entender melhor esse sentimento. Segundo a psicanalista austro-inglesa Melanie Klein, a respeitada discípula de Freud, cultivamos a inveja desde cedo, entre os carinhos da mãe - de novo ela. Nós todos, enquanto bebês, associamos a mãe às sensações de saciedade e conforto. E, na falta dessas sensações, ainda que por breves instantes, acreditamos que a mãe está tirando proveito dessa saciedade e desse conforto sozinha. É uma teoria curiosa.
Patrícia Amélia Tomei, doutora em administração de recursos humanos pela FEA/USP e professora da IAG Escola de Negócios da PUC/RJ, explica que nesses momentos entra em ação uma lógica infantil, mas que pode perdurar por toda a vida: "O meu sofrimento pressupõe um prazer alheio" ou "Todo prazer alheio me faz sofrer". Pronto: aí nasce a inveja. Ao longo da vida, claro, vamos acumulando experiências que podem estimular ou atenuar essas impressões. Em geral, conseguimos chegar a algum equilíbrio, porém, mantemos esse traço permanentemente.
Em outras palavras, todos nós, de um jeito ou de outro, em maior ou menor grau, assim ou assado, sentimos inveja. Não é fácil reconhecer esse sentimento intimamente, menos ainda admiti-lo diante dos outros. O mais habitual e confortável é concordarmos que os outros, sim, é que têm inveja da gente. E também, para não levantar suspeitas, admitimos que há dois tipos de inveja. Uma é a "inveja negativa", um sentimento sórdido que visa destruir as conquistas do outro - e em alguns casos o outro inclusive, como fez Caim. A outra inveja, social e profissionalmente aceita, ainda que de forma velada, é a "inveja positiva". Esta não quer destruir nada nem ninguém. É natural querer um carro igual ao do seu amigo, ou uma casa como a do vizinho, ou ainda uma jóia tão linda como a daquela prima antipática. A partir do sucesso do outro nos damos conta de como gostaríamos de ter o mesmo para nós. A boa ventura alheia, portanto, pode servir como modelo, como inspiração. Sem efeitos colaterais.
Resultado de imagem para inveja
ASSUMINDO O COMANDO
 Durante a preparação desta reportagem, no entanto, ficou claro que o assunto ainda é tabu na maior parte das organizações. "Como?!?" foi exclamação comum entre as mocinhas que perguntavam sobre o propósito do telefonema. Foi praticamente impossível encontrar alguém que reconhecesse invejar alguém no trabalho ou na carreira. Uma das exceções foi o psiquiatra José Ângelo Gaiarsa, que, assim como Gore Vidal, não titubeou: "Já morri de inveja do Roberto Shinyashiki e do Paulo Coelho e de todos os milhões que eles ganham vendendo livros", afirmou ele. A maioria dos executivos, porém, escapa da conversa com um telegráfico e conclusivo "não temos esse tipo de problema aqui".
Infelizmente, isso não é verdade. Já se sabe, por exemplo, que a inveja ocorre principalmente entre os cargos de média gerência. Porque nos níveis mais baixos há menos competição e maior companheirismo, e, lá em cima, no olimpo das empresas, a competição é mais consigo mesmo do que com os outros. Mas veja bem: afora os casos extremos e destrutivos, pode não haver nada de tão terrível assim na inveja comum, modelo standard. É preciso, sim, admitir sua existência, conscientizar-se de seus efeitos perigosos e, então, tomar medidas para gerenciá-la em nível individual ou coletivo, conforme o caso.
AS TRÊS INVEJAS

Patrícia Tomei tornou-se uma especialista em inveja. Não há muitos trabalhos acadêmicos ou livros sobre o assunto, e ela vem investigando esse "buraco negro" da administração. Um dos resultados é Inveja nas Organizações (Makron Books), um valioso manual sobre o assunto. Nesse livro aparece um texto do psicanalista Alberto Gondim, no qual um executivo depara com uma situação comum nas organizações - o reconhecimento do talento individual de um novato. É um monólogo hipotético que ajuda a esclarecer três tipos básicos de inveja: a sublimada, a neurótica e a perversa. Será que você conhece alguém que pensa desta ou daquela maneira? Confira:

Inveja sublimada
Resultado de imagem para inveja"Vi-o entrar esta manhã. Parecia um herói de fotonovela. Queimado de sol, bem-disposto, seus 34 anos pareciam 18. Regressava de suas férias-prêmio. Merecidas... Apesar da pouca idade (começara aos 20 anos como contínuo), era o orgulho da gerência de vendas. Sua criatividade lhe havia valido uma simpática soma em dinheiro mais uma viagem para duas pessoas ao Caribe, primeira classe, tudo pago. Não sei por que, com todas essas virtudes, eu sinto inveja dele. A empresa saiu do vermelho, tudo por um golpe de sua genialidade ou sorte. Uma idéia absolutamente original, que abriu um novo nicho de mercado. Não poderíamos deixar de reconhecê-lo, embora parecesse uma loucura de alto risco. Mas sua ousadia lhe permitiu aproveitar a oportunidade e montar no cavalo branco. O curioso é que todos aqui sentimos por ele uma mescla de admiração e ódio. Por que não me ocorreu essa idéia? Algo tão simples... Pensando bem, com 20 anos de casa, jamais vi essa saída - e estava diante do meu nariz. Enfim, devo reconhecer seus méritos, aproveitar seu talento e agradecer a Deus por ele estar conosco. É um sujeito humilde, generoso e brilhante. Não posso dizer o mesmo de mim. Infelizmente não sou eu quem comanda os destinos humanos. Bem-vindo, jovem brilhante! E os mais antigos e acomodados como eu, que tenham humildade para aceitar o potencial, o talento e o brilhantismo dos jovens e gênios. Brindo a eles! Dentro de mim este pequeno sofrimento irá cicatrizando. Como todos sabem, anos atrás fui fundamental nos momentos críticos da empresa. Em algumas épocas o jovem genial fui eu. Admito que nem tão jovem nem tão genial, mas ainda assim, necessário e com vontade de crescer."

Inveja neurótica

"Não consigo olhá-lo de frente: me dá raiva. Tem sorte demais. Ganhou de todos e ainda por cima foi premiado com uma viagem de primeira classe. Não gostaria de falar mais com ele, mas, como é da minha equipe, vou suportá-lo do melhor modo possível. Para piorar as coisas, estou sentindo de novo aquelas terríveis dores no estômago. Minha velha úlcera abriu de novo..."
Inveja perversa

"Preparei um dossiê para quando ele voltar de férias. Já falei ao diretor-geral que, apesar de ele ter facilitado o aumento dos objetivos de venda, tenho quase certeza de que pensa em sair da empresa para trabalhar no concorrente. Percebo que ele é um sujeito capaz, porém, traiçoeiro. Devemos desmascará-lo. É perigoso para nossa organização e alertaria todos para que não se deixassem impressionar por esse êxito circunstancial. Juro que me vingarei."
Esses excertos de Inveja nas Organizações mostram a diversidade de ação do vírus da inveja. Mesmo a olho nu podemos observar uma grande quantidade de sentimentos envolvidos, ora em conjunto, ora em alternância - senso de justiça, inferioridade, admiração, ódio, raiva, exibicionismo, desdém, desconfiança, soberba, superioridade, dor... A inveja tem muitas faces.
Percorra mais uma vez o raciocínio do executivo do monólogo e observe que, em várias oportunidades, ele acredita que está certo. E costuma ser assim mesmo no dia-a-dia. Em geral, quem inveja não se dá conta de que está invejando: o que passa pela cabeça é que está sendo injustiçado, ou que seu talento não é reconhecido, ou ainda que forças misteriosas levam bonança apenas ao outro, mas não a ele. E assim por diante. No caso extremo, o invejoso afirma que o outro usa de artimanhas para superá-lo e que, por fim, pretende trair todos na empresa - e o invejoso pode mesmo estar acreditando nisso com todas as suas forças.
As variáveis são muitas. Por exemplo, embora fosse bastante desejável, não possuímos um conceito universal de justiça. E, como brasileiros, incorporamos crenças supersticiosas sobre felicidade no amor e na vida, sucesso no trabalho, fortuna etc. (daí a popularidade de simpatias contra olho gordo, olho-de-seca-pimenteira, quebranto e outros sinônimos da inveja). Ou seja, cada um, conforme a formação cultural e social, e também conforme as circunstâncias, pode acreditar-se justiçado ou não. Conclusão: vá devagar, pare e pense. Você pode estar com inveja de alguém e ainda não ter descoberto. Ou pior e mais provável: não está se esforçando o suficiente para atingir seus objetivos.
DEU NA EXAME 

O caso a seguir não está na Bíblia, nem nos livros sobre administração: apareceu na revista Exame, entre março e julho de 1994. Começou com uma reportagem sobre turnaround, que trazia "histórias de executivos que reconduziram ao topo empresas em declínio". Na capa, um dos personagens da matéria aparecia sem paletó, sério, apoiando a cabeça sobre uma das mãos. Legenda: "Em três anos, o executivo Lélio Ramos levou a estagnada Divisão de Motores da Iochpe-Maxion à liderança entre os fabricantes de motores diesel."
Três meses depois, foi publicada uma nota, também em Exame, dando conta do que muitos headhunters e jornalistas já sabiam: "Fazer um turnaround de sucesso pode ser bom para a empresa, mas péssimo para quem o comanda. Foi o que ocorreu com o executivo Lélio Ramos". E a notinha continuava, remetendo a alguns detalhes da bem-sucedida trajetória dele na companhia. "Durante três anos, Ramos, 46 anos, esteve à frente da divisão de motores do grupo Iochpe-Maxion. Nesse período, lançou produtos mais modernos, reduziu custos e conquistou clientes importantes, como a Caterpillar. Para isso, foi buscar tecnologia no exterior e investiu no relacionamento com fornecedores. Resultado: a empresa saltou do terceiro lugar para a liderança do mercado nacional de motores diesel." No fim do parágrafo, o desfecho previsível: "O sucesso [de Lélio Ramos], porém, provocou uma ciumeira generalizada na cúpula do grupo. Em meados de março, menos de duas semanas depois de aparecer na capa de Exame [...] Ramos foi demitido [...]". De acordo com um bem-informado headhunter, a performance de Ramos vinha semeando inveja entre diretores havia algum tempo e culminou com sua exposição na capa da revista.
Procuradas para falar a respeito nesta reportagem de capa de VOCÊ s.a., nenhuma das partes se manifestou até nosso fechamento. Lélio Ramos, vale dizer, hoje é diretor comercial da Fiat, primeiríssima colocada no ranking do GUIA EXAME - AS MELHORES EMPRESAS PARA VOCÊ TRABALHAR deste ano.
UMA PAREDE DE INVEJA 
Luciano Castelo, psicólogo, psicanalista e consultor de empresas, define a inveja partindo de uma comparação entre jogo e luta. "O jogo é uma competição, mas com regras estabelecidas. O objetivo é vencer, mas preservando o competidor." Mas, segundo Castelo, professor da IBMEC Business School e dos programas de MBA da FGV, ambas no Rio, essa complacência com o oponente não existe na luta. "Neste caso o objetivo é vencer destruindo o competidor." E ele vai mais longe. "Há a luta aberta, declarada, na qual você pode se defender, mas também a luta mascarada, a pior de todas. Infelizmente é o tipo de luta que a gente mais encontra nas empresas. Quase sempre, fruto da inveja."
Os bastidores nem sempre gloriosos dessa batalha são confirmados pelo arquiteto Sérgio Athié, da Athié Wohnrath Associados, um escritório bastante requisitado por grandes empresas. "Já tive de refazer uma parede por causa de uma diferença de 10 centímetros no tamanho da sala de um executivo", diz ele. "Não fazia sentido erguer a parede naquele posição, mas houve uma reclamação formal: ele não queria que sua sala fosse menor que a de um colega." Athié se declara "meio psicólogo", tantas foram as vezes que precisou convencer altos funcionários a relevar questões como essa.
O psiquiatra José Ângelo Gaiarsa, cujo livro mais recente chama-se O Olhar (Editora Gente), entusiasma-se com a riqueza do tema. "Se alguém escrevesse o livro que precisava ser escrito sobre a inveja, seria uma obra mais importante que O Capital", diz ele. Mas sua definição de inveja é muito prática: "É uma defesa contra a admiração que podemos sentir pelos outros. Em vez de nos dedicarmos a olhar a pessoa invejada de baixo para cima, só a olhamos de cima para baixo". Na opinião dele, para sair dessa é preciso tomar consciência da inveja que sentimos. "Em geral, alguém tem de dizer isso ao invejoso - essa ajuda pode vir de um colega de trabalho ou de um amigo." E, por fim, dá uma receita: "Passe a admirar quem você inveja, olhando de baixo para cima, como quem quisesse chegar à altura do outro, e não com desprezo. Agindo assim, você vai se tornar parecido com ele".
MAL SECRETO 
O livro Inveja - O Mal Secreto (Editora Objetiva), do jornalista Zuenir Ventura, está entre os mais vendidos nos últimos tempos, no Brasil. Nas primeiras páginas, há uma nota proveitosa. "Aos que pretendem empreender esta viagem, o autor pede que levem consigo, para o caso de se perderem, três distinções básicas: ciúme é querer manter o que se tem; cobiça é querer o que não se tem; inveja é não querer que o outro tenha."
A psicóloga Cleide Romero enfrentou esse mal - que para ela não teve nada de secreto (todo mundo no trabalho viu e ouviu o que se passou). Ela dirigia uma creche em São Paulo e tomou a iniciativa de solicitar alguém com qualificações para cuidar da saúde das crianças. E foi atendida. "Era uma mulher muito bem formada", conta ela. "Mas passou a usar artifícios para me derrubar." Não por acaso, Cleide fazia uma bem-sucedida administração do negócio. "Ela não se conformava por eu ser benquista entre as crianças e as mães. E passou a me perseguir. Se eu recebia um telefonema durante uma reunião, ela dizia que era algo combinado para que eu saísse da sala." O desenlace confirma as dicas de Zuenir Ventura. "Ela não queria que eu estivesse naquele cargo. E não descansou até que eu fosse embora." Hoje Cleide está em outra instituição. "Soube que essa mulher saiu logo depois de mim", diz ela.
Mas a pior atitude que se pode ter diante de histórias como essa é sair entendendo todo gesto dos colegas como ameaça. Para Adriana Fellipelli, diretora da Coaching Psicologia Estratégica, é necessário compreender a dinâmica do trabalho nas empresas de hoje. "Muitas coisas que em outros tempos chamaríamos de inveja, agora têm a ver com os novos papéis dos profissionais nas corporações", diz Adriana. "Existe um aspecto primário de controle de território cada vez mais visível. É um anseio legítimo, que não se confunde com querer o que é do outro."
INVEJA NO ATACADO 
Há entre as grandes empresas as que nem sequer se preocupam com a inveja - a DPaschoal, por exemplo, uma das dez melhores do GUIA EXAME - AS MELHORES EMPRESAS PARA VOCÊ TRABALHAR. "Esse é um tema que não nos passa pela cabeça, não nos parece tão relevante", afirma Ana Maria de Marchi, gerente de desenvolvimento organizacional. "Não deparamos com situações assim nefastas e nunca precisamos ter nenhuma conversa sobre o assunto", garante ela. Já na Casa Verde Móveis, empresa de Mirassol, interior de São Paulo - que não é tão grande quanto a DPaschoal mas que aparece entre as 100 melhores do Guia EXAME -, a história é outra. "A inveja nos preocupa muito", diz a psicóloga Salma Ribeiro Regatieri, coordenadora de desenvolvimento humano. "Eu procuro evitar que a inveja surja já na integração de cada novo funcionário. Passo as normas da empresa, defino a postura desejável, como ele deve se aproximar dos colegas, esclareço que estamos todos aqui para somar e não para tomar o lugar de ninguém. E digo abertamente: não queira mostrar que você é o melhor."
No Pão de Açúcar ninguém é doce com a inveja. Mas, quando ela aparece, é enfrentada de frente. Maria Aparecida Fonseca, a Cidinha, diretora de recursos humanos da companhia, conta algo que aconteceu em seu próprio departamento. "Tínhamos duas pessoas ocupando cargos equivalentes, e, quando fizemos um novo organograma, surgiu um cargo imediatamente superior ao desses dois funcionários. Eles eram, portanto, candidatos naturais." Ela diz que a escolha foi consciente, compartilhada por diversos departamentos. Mas houve seqüelas. "Para minha surpresa, o funcionário preterido recebeu mal a notícia da escolha do outro. Sentiu-se injustiçado", afirma. A transparência é ótimo recurso nessas horas. "Fui muito firme", conta Cidinha. "Apresentei o histórico da escolha e deixei claro o porquê de ele não ter sido selecionado."
Acompanhando o relato de Cidinha, descobrimos que, depois desse desgosto com o sucesso do colega, o tal funcionário acabou dando novo rumo à carreira. "Ele revelou que, no fundo, não tinha interesse particular pelo cargo que estava reclamando e que se sentia inseguro quanto ao que realmente queria dali em diante", diz ela. A partir daí, com o apoio da empresa e a contratação de uma assessoria externa, a vida desse profissional mudou. "Ele repensou seu papel, sua evolução na organização, e acabou revolucionando sua carreira. Hoje, ele ocupa uma posição importante na companhia - até mais importante do que a posição invejada naquela ocasião," diz a diretora do Pão de Açúcar. E conclui: "É uma burrice ignorar que, atrás de sentimentos humanos, como a inveja, outros fatores estão em jogo. O ideal é evitá-la, fazendo um trabalho preventivo. Mas, se valer a pena, a gente apaga o incêndio e depois vira a mesa".
Esse caso é emblemático, pois reitera o conceito da inveja positiva e transformadora. Fica claro que é possível tirar vantagem da inveja que sentimos, tomando sua centelha formadora para aprender mais, preparar-se melhor e chegar lá. Como os outros.