È assustador, mas essa manhã
vendo a chuva cair pela janela do
apartamento onde moro cai nessa
realidade.
As chuva escorria pelo ralo do terreiro e não voltava , como não volta mais
todos os meus atos lúcidos e insanos . Deveria
mesmo mudar alguma coisa ou me
arrepender do que não fiz.
Sim. Deveria mandar catar latinha quem me restringiu na
moralidade, mandar plantar batata
quem me disse que eu não deveria andar
nu em plena praça da liberdade.
E pensar que quantas vezes
condenei os loucos. Eles estavam
certo , vivem a vida do melhor jeito .
Sem lenço e sem documento.
Brigar por coisa que
não irei levar para o outro lado.
Quantas vezes queria gritar para o mundo que a você é minha amada. Mas e o medo de perturbar?
Mas estava sendo perturbado, cerceado, escravizado.
E agora? Descobri que não sou imortal. Mas será que só eu
acreditava que seria imortal?
Porque tanta ganância, tanta soberba, tanto orgulho e
discriminação. Se no final das contas tudo aqui ficará?
Pra que ter. Se o ser
sempre foi essencial?
O câncer domina o mundo. Deve ser por causa de
um stress constante . A fome de ter,sem se conter.
Tenho isso, tenho aquilo
, mas não tenho o amor dos meus.
Tenho amigos de minhas posses e não pelo que sou.
O cardeal D. Serafim
foi muito feliz quando disse que caixão não tem gaveta.
Portanto diante desta
certeza que transcenderei , resta me
preparar meu legado de amizade e obras para a posteridade.
Mas como não percebi essa certeza. Meu Deus , eu vou morrer!
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