Sino da igrejinha faz Belém blem. blem . Deu meia noite e os galos do bairro também já tinham se recolhido. Uma furtiva silhueta caminhava
entre os túmulos do cemitério.
Tentou uma, duas, três vezes saltar o muro que o separava da
sacristia da igrejinha.
Um grito de furor e raiva ecoou da garganta da sombra. Mas
não desistira do seu intento. Outra sombra se aproximou e com uma espécie de
escadinha improvisada, ajudara ao parceiro transpor esse incomodo obstáculo.
Do outro lado pegou um pé de cabra que seu companheiro lhe
passara e o ajudou a pular o muro que não chegava a ter três metros de altura. Com
movimentos uniforme e força moderada, conseguiu vencer a resistência da porta de
acesso à igreja e entrou.
O vento La fora rugia. Prenuncio de uma tempestade outonal,
afinal as arvores desfolhadas davam os aspectos de formas indefinidas de seres
a bailar ao sabor do vento. Um olhar por sobre o muro os olhos dos intrusos tremeram
ao ver o capim por sobre os túmulos dançarem de uma forma sinistra.
Que loucura! Mas se não fosse hoje teriam que esperar outra oportunidade.
Sabia que a igreja estaria desprotegida neste dia, O dinheiro arrecadado nas missas,
estaria no cofre da sacristia, alem de cálice feito em ouro e prata e alguns cravejados
com pedras semipreciosas.
Rompeu a ultima etapa foi feito com um melancólico gemido da
madeira. Pronto! A Igreja é nossa. Agora é pegar o cofre abri-lo e fugir.
Ao passar perto da imagem de Santo Antonio, um vento frio
lhe bateu á fronte, resoluto e tendo seu inseparável cúmplice, batiam com o
ponteiro nas dobradiça do cofre.
Maldito vento! Como pode ele entrar aqui desse jeito!
- entretido o intruso, pede ao seu amigo a furadeira.
Toma!
Assustado o ladrão olhou na sua mão o membro humano que seu
amigo lhe dera.
Ao olhar para seu amigo, notou que ele não estava onde devia.
No seu lugar um ser o olhava, furiosamente.
Seus olhos saiam faísca de fogo, tinha um rosto branco como
o mármore, à altura não poderia mensurar e o halito. Que cheiro horrível.
Com um grito de horror notou que o seu fiel escudeiro estava
desmaiado ao lado da figura horripilante. Mais nada.
No dia seguinte ao abrir a igrejinha, o zelador se deparou
com os dois desconhecidos desmaiado e sujos de excrementos humanos. Compareceu
os militares Cabo Paulino, Soldados Marlucio e Custódio que socorreram os infeliz
intrusos. Levados para a santa casa de Sabará, não paravam de gritar dizendo
que o monstro iria devora-los.
Não se sabe como chegaram a Roça grande só o que a mística até
hoje continua. Não tente entrar sorrateiramente na igreja de Roça grande. Você
pode encontrar com algo que você não gostara de ver.
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