Estatística auxilia governo a elaborar políticas públicas para a população negra.
O Brasil é o pais que concentra o maior percentual de população negra fora do continente africano. De acordo com o censo de 2000 cerca de 45% dos brasileiros se declararam negros ou pardos. Até 2005, segundo a fundação Seade, a Bahia, o Amazonas e o Pará possuíam as maiores proporções de negros em sua população com índices próximos aos 80%. Por sua vez a região Sul do país aparece como a que possui a menor concentração de pretos e pardos entre os seus habitantes.
Ainda de acordo com o Seade o Estado de São Paulo contava, em 2005, com a maior população negra do país, somando cerca de 12,5 milhões de habitantes de cor preta ou parda.
Escrito por: Redação Raízes
Apesar disso os negros não são a maioria étnica do Estado de São Paulo, eles representam apenas 31% do total da população. Espacialmente os negros se concentram no Estado de São Paulo nas regiões da Baixada Santista, Registro e Região Metropolitana, aí com destaque para os distritos:
Cidade Tiradentes, Guaianases, Itaim Paulista, Jardim Helena, Lajeado, Vila Curuçá e Vila Jacuí.(Zona Leste); Capão Redondo, Cidade Ademar, Grajaú, Jardim Ângela, Jardim São Luís, Marsilac, Parelheiros e Pedreira (Zona Sul).
Todos apresentavam em 2005 uma população formada por mais de 40% de negros. Neste sentido destacam-se também outros municípios da Região Metropolitana de São Paulo com proporção de negros superior a 40%, no período referido: Carapicuíba, Diadema, Embu, Ferraz de Vasconcelos,Francisco Morato, Franco da Rocha, Itapecerica da Serra, Itapevi, Itaquaquecetuba, Jandira,Pirapora do Bom Jesus, Rio Grande da Serra e Taboão da Serra.
No entanto, por um longo período de nossa história, todo esse percentual de negros parecia invisível ao Estado brasileiro. Essencial para o norteamento de políticas públicas as pesquisas demográficas do país só começara a incluir em seus formulários o quesito cor a partir do censo realizado em 1987, o primeiro feito após o regime militar.
A partir de então as estatísticas começaram a desvendar as desigualdades raciais existentes no país, fornecendo dados que serviram e servem de instrumentos de pesquisas acadêmicas e como fomentadores de mobilizações sociais em prol de melhorias nas condições de cidadania do povo negro, que vem resultando em avanços significativos nas políticas públicas, que aos poucos vem promovendo ações de equiparação da igualdade racial no Brasil.
De acordo com os índices sobre a Desigualdade Racial os negros do século XXI ainda sofrem com as marcas deixadas pela escravidão no país. Do total da população brasileira os negros são os que possuem menor escolaridade, tem mais dificuldade no acesso à saúde e ao mercado de trabalho e são mais expostos às moradias precárias.
Contudo dentre todos esses fatores sociais e no mercado de trabalho que a desigualdade racial mostra realmente a sua face.
" ministro Joaquim Barbosa , o primeiro jurista negro a presidir o STF
“O perfil do mercado de trabalho expressa, entre outros aspectos, o resultado do processo histórico que conformou a sociedade brasileira. Nesse sentido, é de fundamental importância dimensionar o papel desempenhado pelo atributo raça/cor dos indivíduos na produção e reprodução do diferencial nas oportunidades de acesso ao mercado de trabalho, afirmam Maria Aparecida Laia e Maria Aparecida Silva, na publicação Mulher e Trabalho da fundação Seade.
Por Juliana Helena Delfino
Fonte: Fundação Seade
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