AS PASTORINHAS
O grupo de jovens Testac com muito empenho conseguiu resgatar a tradição religiosa que foi, “As Pastorinhas”.
De uma beleza singela e canto suave, o grupo “As Pastorinhas se tornou referência na cidade Sabará e aqui em Roça grande.
Coordenado por Solange Borges e as irmãs Guadalupe, que juntamente com a irmã Virginia e Mercês apoiada pelo saudoso Padre Antonio de Moura lima , resolveram com muita felicidade aliar a juventude a essa já apagada tradição e com isso a incentivar as crianças do bairro.
As crianças aprendiam a ser pastorinhas, logo depois se tornam pessoas que trabalham pelo bem estar geral e pela crença na religiosidade.
O grupo se reunia todos os anos junto com a Folia e percorriam as casas saudando o Menino Jesus, comemorando o seu nascimento.
A origem das Pastorinhas segundo a coordenadora foi a saudação ao Menino Jesus por todas as classes de pessoas como a cabocla, a rainha, a cigana, a pastora e também alguns seres como borboleta, peixe, formiga, estrela guia e outros.
Com vestes e prendas simbólicas elas levam ouro, incenso e mirra ao Menino Jesus.
A rainha imponente sai a frente cantando e depois todas as outras fazem a roda cantando uma por uma a canção alusiva ao personagem interpretado.
As pastorinhas fazem o canto da chegada e logo após a cantoria há a coleta das ofertas e depois o almoço. O dinheiro vai para organizar a festa de encerramento no dia 6 de janeiro.
Sempre saiam em circulo cantando a música de adeus, seguindo para outra residência.
A música surge de acordo com as ideias das rezas, mas sempre dentro da religiosidade. Quando recebem a oferenda, cantam uma música de agradecimento:
Deus lhe pague o seu agrado
Dado de boa vontade
La no céu e la na terra
Um pombo vai voando
Por cima deste telhado
Vai voando e dizendo
Deus lhe pague o seu agrado...
O grupo era composto por 22 pessoas sendo 12 pastorinhas e os músicos. Estando a frente a cúpula do grupo de jovens TESTAC e o grupo de orações do sagrado coração de Jesus liderada por dona Iraci Linhares, dona Pedrina e dona Maria Holanda, cujo o trabalho da coordenação era formar novas pastorinhas para que a tradição continuase.
Solange Borges conta de sua fé e de alguns milagres que presenciou através da devoção das Pastorinhas
- Ela se lembra de uma senhora do bairro que pagou promessa por ter se curado de uma doença do fôlego. Fez a promessa que se melhorasse acompanharia o ritual. O milagre aconteceu e ela serviu a comida por seis dias.
A igreja católica apoiava o ritual, inclusive é na igreja a primeira visita e logo depois na casa do porteiro da diocese, conhecido por “chaveiro”.
Solange destaca um milagre:
- Marcante foi o caso de uma menina de Sabará que foi atropelada se se machucou muito, ficou quarenta dias na UTI. A mãe fez a promessa que se ela melhorasse, ia ser rainha das pastorinhas.
Essa menina , foi uma dos muitos milagres comprovados pela fé no ritual das Pastorinhas de Minas.
as Pastorinhas desfilaram pelas ruas de Roça grande e depois no palco levando alegria e paz nos gestos, no visual e na música que traz a história de fé no Menino Jesus.
Infelizmente o grupo de jovens TESTAC , se dissolveu, as irmãs Virginia e Mercês , faleceram , juntamente com o bondoso padre Antonio e na falta de incentivo , as pastorinhas caíram novamente no esquecimento.
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