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quinta-feira, 20 de maio de 2010

A HISTÓRIA DE VALDEMAR ARCANJO

Nascido em 29 de setembro de 1957, em Roça Grande, Valdemar Arcanjo
é um descendente da famíliaHilario/ Alcântara que chegou no bairro após a li-
bertação dos escravos, em 1888. A casa onde vive hoje com a sua família
tem mais de cem anos e foi a base de escravos fugidos de Nova Lima.
Quando moço, fez teatro, porém lhe diziam que não havia espaço para
negros nessa arte. Foi corredor e o primeiro atleta de Sabará a correr na
São Silvestre. Foi contratado por uma empresa multinacional, a Terex e,
com isso, participou das corridas mais importantes do continente como a
Maratona Atlântica Boa Vista, no Rio de Janeiro; a Corrida dos Reis, em
Brasília; a Corrida do Café, em Apucarana-PR, a San Fernando, em Monte-
vidéu/Uruguai, a Corrida do Ouro, em Nova Lima, entre outras.

A PROMESSA E A VISÃO DO FUTURO

Em 1982, Valdemar trabalhava arrancando trilhos em
Araçatuba. Um dia, presenciou um grupo de policiais inva-
dindo uma casa de trafi cantes. Houve um tiroteio intenso
e lá estava Valdemar, no meio da confusão. Desesperado,
lembrou-se de São Miguel Arcanjo. Clamou por ele e, de
repente, apareceu um buraco no meio da linha do trem.
Ele entrou e esperou. Viu um policial morrendo ao seu
lado, porém ele não foi atingido. No desespero, prome-
teu a São Miguel Arcanjo realizar 20 eventos no bairro de
Roça Grande. De lá pra cá, Valdemar publicou o livro: “A
Roça conta um conto”, promoveu Rua de Lazer, corridas,
passeio ciclístico e eventos de divulgação das personalida-
des locais. Agora está preparando outro livro “O folclore
na terra de Santo Antônio” e ainda faltam quatro eventos
para cumprir sua promessa.
Nesse trabalho, Valdemar se envolveu bastante com as pessoas, histórias
e lendas de Roça Grande, além de ter contribuído para o desenvolvimento
do local. O primeiro computador de acesso público em Roça Grande foi
dele.
Entre as estórias que sua avó lhe narrava, a preferida de Valdemar é a
do Diabinho da Garrafa, que ele conta: “Houve uma linhagem na corte
de Napoleão que se chamava família de Chamblon. Um dos Chamblon
veio para Minas Gerais como capitão-do-mato. A sua missão era capturar
negros fugidos e o seu sonho era fi car rico, milionário, nem que para isso
tivesse que fazer um pacto com o demônio. Viajando de Sabará para Nova
Lima pela estrada velha, ele encontrou uma cigana que lhe pediu comida.
O capitão-do-mato deu-lhe carne seca com farinha e ela lhe disse: “Eu sei
do que você gosta e do que você precisa. Vou lhe dar essa chance”. Deu a
ele uma garrafi nha com o demônio dentro. O ambicioso homem conversou
com o demônio, que respondeu: “Eu lhe dou o que você quiser, mas em
60 anos você vai morrer”. “Ah, tudo bem, já vivi o bastante”, respondeu o
homem. E assim ele fi cou rico, construiu uma fazenda no alto do sharley,
um morro de Roça Grande. Tinha gado, eqüino, bovino, suíno e muitos
escravos. Em 1804, viajou para França. Voltou para o Brasil e fi cou sa-
bendo que a sua fazenda estava sendo invadida por capitães-do-mato e
mercenários. Ele se juntou, no Rio de Janeiro, com índios, mercenários e
bandidos e se preparou para uma guerra. Muita gente morreu e, entre os
atacantes, o homem viu o diabo e perguntou-lhe: “Por que isso aqui ago-
ra? Nosso pacto não era de 60 anos?”. Só havia se passado 15 anos. “Não,
eu menti para você”, respondeu o diabo, que matou o capitão-do-mato.
Assim que ele morreu, as coisas deles sumiram, viraram cupim. Segundo
a lenda, que minha avó contava, quem sobe no Charlei e senta na ruína
ouve vozes gritando e, se for à noite, vai ver o demônio lá”

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