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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Interludio



Meu caminho ( My Way)


INTERLUDIO

. 
Definição


1.Uma pequena composição geralmente
 para órgão de caráter 
 improvisatívo que ocorre entre outras
 peças músicais como hino,
 salmo ou cantata/ 
2.O interlúdio surge para preencher
 o intervalo entre dois atos.
 ( vide Fé e Entrevista com um morto)

Hoje resolvi não dar aula de informática  para minha  aluna e para  compensar , subi até o alto do bairro Rosário para fazer uma tomadas para o filme que estou preste a lançar. Fui eu e minha aluna. Eu mostrava o ângulo e ela  aprendiz de cinegrafista se virava no manuseio da  filmadora.
Feito várias tomada  sentamos no caminho de acesso  ao bairro e num papo e outro começamos a falar de Deus.  Conversa que aprofundamos e comparamos com o momento atual de nossas vidas. Ela casada  e infeliz no casamento , eu lutando para sobreviver , pensando onde passaria a noite  , ainda com medo e lembrança do modo rude em que minha irmã conseguiu na justiça me tirar da casa que eu habitava há mais de vinte e três anos.
Sentíamo-nos angustiados  , mas de repente me veio á cabeça a vida de meu amigo Eduardo (vide Fé e Entrevista com um morto ) . E como num passe de magica comecei a viver um angustioso momento e que me fez meu corpo tremer  e arrepiar.
Parecia que meu amigo *Eduardo estava ao meu lado, e,  em minha mente passou algo simplesmente aterrador:
Comecei a viver  os momentos finais da vida  do meu amigos .
Vivi aquela bendita segunda feira e pelos meus olhos, passava a cena  onde ele sentado á mesa  , escrevia num papel.
Escrevia  suas ultimas vontades , preencheu o cheque no valor de dois mil e quinhentos reais , outro de hum mil e novecentos ,  retirou de uma gaveta um  maço de notas e enrolou no papel que acabara de escrever .
- Pude ler num relance o terrível  bilhete . Nele ele pedia que todo o dinheiro  que seria encontrado  fosse  para a despesa de seu funeral . O restante seria para translado do corpo e necropsia l , pediu que não colocasse flores em sua urna .
Como um vídeo  vi ele caminhar pela ruas do bairro pegar o ônibus e ir diretamente para o hospital militar . Seus olhos não demonstrava nenhuma emoção. Estava congelado de emoção ou determinado no seu objetivo, hesitou ao chegar à porta da instituição e anunciou ao recepcionista que precisaria ir à enfermaria. De onde eu estava senti seus passos vacilantes, mas determinado, sentou na antessala e neste momento vi lagrimas descer dos teus olhos castanho escuros  . Àqueles olhos frios e duros que passou seus últimos anos criticando o criador, vertia agua, lagrima de revolta por não ter neste momento difícil quem sempre esteve a vida toda ao teu lado, tua mãe. Queria neste momento ser uma ramificação de seus neurônios e ler exatamente o que seu cérebro tramava  neste momento crucial.
Queria ser um anjo ou uma alma livre transitando junto á dimensão paralela  se essa  criatura amargurada  era influenciada por força oculta. Queria conferir se o livre arbítrio realmente existe ou somos manipulados  , induzidos , seduzido ou conclamado a agir.
Estava nesta meditação quando um estampido ecoou no ambiente e vi meu amigo cair, num espasmo vi  ele partir deste mundo . O frio vento da vida que partia congelou no momento minha alma. Vi-me estático olhando a estrada que ligava Sabará a Belo Horizonte. Minha amiga  se  assustou. Não entendia o meu estado e perguntou se  precisava de uma assistência médica.
 – Respondi que não e pedi-lhe que precisava ficar só. Despedi-me e vim para minha nova morada.  Atrás de mim, sentia passos, sentia que alguém me seguia e aumentei mais ainda as passadas e quase corri.
Cheguei a casa ofegante, entrei no meu escritório e em cima do meu  computador encontro a ultima lembrança que meu amigo me deu, um livro e dentro a mensagem  manuscrita me agradecendo por ser seu amigo.
Alguém pode me dar uma explicação para esse caso?
*Se Eduardo estivesse aqui essa musica de Frank Sinatra traduziria bem o que foi a vida dele .
Eduardo é um nome fictício desse meu amigo que me foi  bastante leal. Mas infelizmente não consegui convence-lo que Deus é nossa maior referencia e quem somo s nós para  julgar , criticar ou opor a seu designo.  
Meu caminho  ( My  Way )

E agora o fim está próximo
E então eu encaro a cortina final
Meu amigo, eu vou falar claro
Eu irei expor meu caso do qual tenho certeza

Eu vivi uma vida que foi cheia
Eu viajei por cada e todas as rodovias
E mais, muito mais do que isso
Eu fiz do meu jeito

Arrependimentos, eu tive alguns
Mas, novamente, muito poucos para mencionar
Eu fiz o que tinha que fazer
E vi tudo, sem isenção

Eu planejei cada percurso
Cada passo cuidadoso ao longo da estrada
E mais, muito mais do que isso
Eu fiz do meu jeito

Sim, houve vezes, eu tenho certeza que você sabia
Quando eu mordi mais que eu podia mastigar
Mas apesar de tudo quando havia dúvidas
Eu engoli e cuspi-la

Eu passei por tudo e fiquei de pé
E fiz do meu jeito

Eu amei, eu ri e chorei
Tive minhas falhas, minha parte de derrotas
E agora como as lágrimas descem
Eu acho tudo tão divertido

Pensar que fiz tudo o que
E talvez eu diga, não de uma maneira tímida
Oh não, oh não, não me
Eu fiz do meu jeito

Pois o que é um homem, o que ele tem?
Se não ele mesmo, que ele tem nada
Para dizer as coisas que ele sente de verdade
E não as palavras de alguém que se ajoelha

Os registros mostram, eu recebi as desgraças.
E fiz do meu jeito


 Siga em paz  teu caminho, Amigo Eduardo 

Um comentário:

Unknown disse...

lindo texto amigo. Quem sabe voce é um sensitivo?

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