D.Rita d Cássia. Mulher muito beata. Moradora
na Rua São Mateus, bem La no finzinho do bairro de Roça Grande ,lugar conhecido por
“Bacia dos Aflitos “,
Talvez pelo nome que ostentava, ia todos
os dias de sua vida, na igrejinha Santana rezar, trezena, novena, tríduo em
louvor a Santa Rita de Casia, São Judas Tadeu, Santo Antonio e principalmente
ao sagrado coração de Jesus e Maria.
Não perdia um velório, e chorava como se
o defunto fosse um parente dela.
Era requisitada tanto para batizado como
velório e casamento. Dona Ritinha era a personagem mais requisitada no Arraial
de Santo Antonio da Roça Grande.
Vivia com seu marido, criador de cabrito
da região, onde com muita dedicação vendia ou trocava o produto dos seres caprino
por frutas, legumes, ovos e carne com os moradores.
Buscava lenha nas matas do Sharlê e
Bernardo Pereira com seu burrico, para construção de barraco de pau a pique ou
mesmo para queima de tijolo na olaria do Zé Benfica.
Seu Abelardo era esse o seu nome, homem integro,
Abel para os amigos íntimos era um trabalhador, católico de ficarem horas e horas
rezando o terço e oficio de nossa senhora.
Teve a felicidade de conhecer dona
Ritinha com quem logo se apaixonou e rapidamente a desposou.
Tiveram três filhos: Abelardo filho.
Hermelinda e Getulio, nome este escolhido em homenagem ao gaúcho presidente da
republica recém eleito.
Muito dedicado á causa católica, foi designado
pelo padre Jose Romão, pároco da igreja de Santo Antonio para zelar pelo santuário.
E isso deixou o velho Abel muito
contente e fazia o possível para conservar o pequeno templo limpo de poeira, o
sino bem cuidado e o altar, esse nem se fala, com toda a parafernália litúrgica,
limpa e brilhante, seu Abel realmente era muito eficiente, e cumpridor der suas
obrigações.
Amava o que fazia, e pelo que foi criado,
a igreja católica era a sua razão de viver.
Sentia se honrado pela missão que o
santo Padre o designara a fazer.
Todas as terças feiras e domingo,
largava o que tinha que fazer para se entregar com afinco na tarefa de zelar o
templo católico de Santo Antonio de Roça Grande.
Entusiasmado era o primeiro a abrir a
capelinha e o ultimo a sair. Olhava todos os detalhes de
segurança e limpeza. Saia de sua casa altas horas da noite para verificar
qualquer irregularidade. Ele, sua mulher, Dona Dina, Sr. Nel, Sr. Quirino, João
Miguel eram os guardiões fieis da igreja. e Festeiros. Organizadores de festa e
quermesse no bairro.
Sem sono e com uma linda lua no céu a
iluminar as trilhas da Roça grande, seu Abelardo resolveu dar uma voltinha pelo
pequeno distrito. Montou em seu burrico
e foi desfrutar da brisa mansa que embalava o sono do povo simples deste
distrito.
Foi descendo a Rua São Paulo, entrou na
Rua Santana, percorreu tranquilamente a trilha que levava á pracinha da igreja.
E qual não foi sua supressa o ver as luzes da igrejinha acessa. Com o coração
em disparada, acelerou o passo antevendo o que poderia encontrar.
-certamente algum ladrão. Deve estar
tentando roubar o meu santinho. Pensou.
Cautelosamente foi subindo a rampa que
dava a igreja. Ouvindo vozes , estranhou naquele horário o Padre José estar rezando
missa e não teve a dignidade de avisá-lo.
Era missa sim. Pelo que se ouvia.
Vou ralhar com o padre Zezinho. Será que
ele não me quer mais na igreja. Conjeturou.
Tanta dedicação e ele se esquecem de mim
nesta hora... certamente é uma missa especial. Pra ser neste horário, só pode
ser alguma celebração importante.
Com esse pensamento adentrou a igrejinha.
Ela estava lotada, todos os fiéis
estavam de branco e cabeça baixa. Como era o costume o padre estava de costa
para os féis e celebrava naquele momento a oferta da oferenda.
Seu Abelardo tomou um tremendo susto
quando o padre se virou.
Não era o padre Zezinho. E nenhum outro
que ele conhecia.
Era um padre sim, mas seu rosto era uma
caveira.
Apavorado ele se virou para o fiel que
estava ao seu lado e quase seu coração pula do peito e sai pela boca quando
fitou o semblante do fiel.
Também era um esqueleto, como eram todos
os que estavam dentro da igreja.
Horrorizado saiu correndo. E caiu
desfalecido no largo da igreja.
No dia seguinte os moradores que saiam
de sua casa para pegar o subúrbio das cinco horas o encontraram e trataram logo
de socorrê-lo.
Apavorado ele contou, o que sucedera e
Sr. Quirino sabedor desta historia contada por seus pais e moradores mais
antigos. Esclareceu o mistério:
Conta se que em determinado época do ano,
aqui no bairro as alma do cemitério que se localizava atrás da igreja, se
reúnem e vai para igreja celebrar uma missa para redenção de seus pecados e
conseguir perante Deus o perdão de suas faltas aqui na terra.
Seu Abelardo custou a se recuperar do
drama que viveu, e uma coisa mudou em sua vida, não teve coragem de andar pelas
ruas da Roça Grande depois das nove horas da noite, afastou da atividade da
igreja e viveu seus últimos dias rezando e contando para quem quisesse ouvir o
relato impressionante do dia em que assistiu a missa dos mortos.
Comentário: A Missa dos Mortos
Nomes comuns: Missa das Almas, Missa das Almas Penadas
Origem Provável: É sem dúvida originária da Europa. Em Portugal e Espanha, por volta da idade média, já se conheciam lendas com estas características. Os romanos antigos acreditavam que os fantasmas dos parentes mortos se reuniam de tempos em tempos. Assim, eles, como também os Mouros espanhóis, celebravam a Festa dos Mortos. O objetivo era espantar os fantasmas errantes dos mortos.
Em Portugal é conhecida como “A Missa das Almas”, e na Espanha como “La Misa de las Animas”.
No caso brasileiro, é uma lenda muito comum em todo interior do país, embora seja citada como primeiramente relatada em Ouro Preto, Minas Gerais, na Igreja de Nossa Senhora das Mercês, de Cima.
Também em Minas Gerais, na cidade de São João Del Rei, na Matriz de N. S. do Pilar, existe um relato. Nesse caso, aconteceu com uma viúva, moradora do lugar. Ela teria assistido a uma dessas missas e perdeu a noção do tempo. Assim, quando o sino bateu doze vezes, à meia-noite, tudo desapareceu ficando ela sozinha completamente desorientada.
De acordo com a crença de alguns, a pessoa que presencia uma dessas missas, está perto de morrer ou seria um aviso de que vai morrer alguém conhecido dela. Outros afirmam que é um sinal de longevidade.
Origem Provável: É sem dúvida originária da Europa. Em Portugal e Espanha, por volta da idade média, já se conheciam lendas com estas características. Os romanos antigos acreditavam que os fantasmas dos parentes mortos se reuniam de tempos em tempos. Assim, eles, como também os Mouros espanhóis, celebravam a Festa dos Mortos. O objetivo era espantar os fantasmas errantes dos mortos.
Em Portugal é conhecida como “A Missa das Almas”, e na Espanha como “La Misa de las Animas”.
No caso brasileiro, é uma lenda muito comum em todo interior do país, embora seja citada como primeiramente relatada em Ouro Preto, Minas Gerais, na Igreja de Nossa Senhora das Mercês, de Cima.
Também em Minas Gerais, na cidade de São João Del Rei, na Matriz de N. S. do Pilar, existe um relato. Nesse caso, aconteceu com uma viúva, moradora do lugar. Ela teria assistido a uma dessas missas e perdeu a noção do tempo. Assim, quando o sino bateu doze vezes, à meia-noite, tudo desapareceu ficando ela sozinha completamente desorientada.
De acordo com a crença de alguns, a pessoa que presencia uma dessas missas, está perto de morrer ou seria um aviso de que vai morrer alguém conhecido dela. Outros afirmam que é um sinal de longevidade.
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