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sábado, 17 de novembro de 2018

"Negro: ser ou não ser, eis a questão"

 






 A não muitos dias, me encararam com a seguinte questão: "Você se considera negro, explique. Eu, fulano, me considero negro, porém, na minha certidão de nascimento está escrito pardo (a). Eu não sou pardo, pardo é a cor do papel".
Fiz a seguinte analise a respeito, e cheguei a um fato não conclusivo a respeito de quase todos os brancos: perante os não negros, sentir pena de negros é mais que uma obrigação.
Mas, primeiramente, vou responder a pergunta.
Sim, me considero negra, mas acho que isso, deveria ser uma questão de escolha, por mais incrível que pareça, sim, uma escolha. Até porque se eu tiver a pele escura e alguém do IBGE bater na minha porta e eu disser que sou branca, é isso que eles terão de escrever.
Acho que a escolha é sua, você escolha se é negro ou é branco, mas toda a sociedade faz essa questão ter um peso imensurável, fazendo ficar muito mais difícil do que realmente é. Se você é negro, sempre será rotulado, seguido em uma loja, parado por parecer suspeito, sempre será desmoralizado, desrespeitado, demonizado, sofrerá preconceito, e, além de tudo, não poderá reclamar de tal preconceito, se não, te chamarão de negro vitimista.
Agora vamos ao fato: perante os não negros, sentir pena de negros é mais que uma obrigação.
Percebi isso em todas as vezes que eu digo que sou negra, e as pessoas tentam me "corrigir" dizendo que sou "moreninha" "escurinha" e etc. Sinto uma enorme vontade de dizer que não sou morena coisa nenhuma, sou negra e não serão eles que me dirão o contrario, essa é uma escolha minha, não deles. Quando digo que sou negra e eles querem me corrigir dizendo que não sou, é como se eu dissesse "Eu mereço ser estuprada", e eles querem me convencer de que tal coisa é uma idiotice tremenda, e que eu sou uma morena como outra qualquer, com sentimentos e uma humanidade, como se sentissem pena de mim, e quisessem amenizar meu fado, ou me poupar da "maldição" ou fardo eterno que é ser negro.
Ser negro não é fácil, mas também não é impossível.
Os racistas impõem as dificuldades, mas os irmãos negros dão as mãos, pois todos juntos somos mais fortes que um só.
Tenham um bom ano meus manos!



fonte;http://prismabr.blogspot.com/2016/01/negro-ser-ou-nao-ser-eis-questao.html

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Feliz?

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Mario carregava ocultamente uma obsessão por Ana. Não era oculto o amor que sentia pela moça, nunca escondera de ninguém o sentimento que nutria por aquela que em outrora era sua amiga, e que foi se afastando pela vontade doentia dele se tornar seu companheiro para a vida toda. Ana se afastou. Mas vez ou outra Mário a chamava no WhatsApp sempre com a mesma pergunta: “Feliz? ”. Por mais que não estivesse bem, Ana afirmava que estava bem e feliz. Estava planejando casar-se com André, Mário não sabia, mas o simples fato de Ana e André estarem juntos incomodava Mário, que chegou a dizer e a repetir “você ainda vai ser minha, questão de tempo. Não tenho pressa”. “André não conseguirá te fazer tão feliz quanto eu”. Mas Ana amava André e não queria saber de ninguém além dele. Ana e André, entre idas e vindas se amavam e a obsessão de Mário começou a incomodar Ana de tal forma que lhe causava medo, “como ele sabia sobre as brigas do casal? Será que sentia? Ou de alguma forma descobria? “Não tinham amigos em comum. Não tinha como
Mario saber. E depois de uma briga com André, Ana resolveu encerrar os contatos totalmente com aquele que considerou um dia amigo. Além do medo, Ana começou a perceber que após as brigas com o então namorado, Mário arrumava formas de aparecer com a tal pergunta “feliz? ”, sem cerimônias, sem perguntar mais nada. Ana, cansada, explode com Mário - ela havia acabado de ter uma briga com o namorado e lá estava Mário, estranhamente, novamente depois de mais uma briga para se certificar que Ana ainda estava feliz. Ela já havia dito outras vezes, mas com delicadeza, que o fato de ele aparentemente torcer pela infelicidade do casal a incomodava. Por várias vezes ela pediu que ele se afastasse e a deixasse viver a vida que escolherá, mas Mário não aceitava. Mas desta vez ela foi mais fundo, mais clara e objetiva. Mário, com um sorriso no rosto, mas com os olhos num misto de raiva e tristeza disse que queria que o casal fosse feliz, que não ia incomodar mais..., mas que ela ainda seria dele, custasse o que custar. Ele era o Mário, moço bem-sucedido, que poderia dar tudo que Ana quisesse. Mas não era o que Ana queria. Ele deu de ombros, visivelmente transtornado. Naquela noite prometeu que nunca mais iria atrás de Ana e que assim como ela, arrumaria uma forma de seguir a vida, arrumaria outra pessoa. Semanas se passaram e coincidentemente depois de uma briga que ocasionou no término entre Ana e André, por causa de ciúmes dela, reaparece Mário, ligando de um número desconhecido e com a pergunta de sempre: “- Olá querida! Feliz? ”



escrito por Jeane Dixon