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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Eu de frente comigo mesmo



Não esperava esse encontro. Mas Aconteceu. Vi-me de frente comigo mesmo.
Explico. Fui á casa de um amigo e colega no ramo de informática pegar um programinha de edição de vídeo.
Estou terminando de montar um documentário sobre Roça grande.
Conversando com esse meu amigo, despertei a atenção de seu irmão mais velho, que me surpreendeu com uma critica velada.
- Valdemar! Como você pode pintar as coisas que acontecem no mundo com cores tão carregada. Você é um pessimista. Assustei. Juro que cai da cama com tal declaração.
Mas me contive e refleti por alguns instante pra dar uma resposta de acordo com o momento exigi.
Olhei par ao meu interlocutor e vi nele a mesma impetuosidade que tinha quando entrei definitivamente no mundo. Eu era muito idealista, fã de carteirinha do Frei Leonardo Boff, Neymar de Barros e outro escritores da ala modernista da igreja católica. Via o mundo aos meus pés sem saber que eu não chegava aos pés do mundo.
Ouvi calado ás criticas e refletindo se realmente eu era um alarmista , uma pessoas informada do que realmente ocorria neste meu Brasil ou um profeta do apocalipse.
Discutimos. Eu com a minha visão que o capitalismo selvagem levaria a classe D e E á uma bancarrota financeira infinita e ele achando que todos têm o direito de consumir de acordo com as sua posses. Questionei se um simples servente com salário de oitocentos reais teria condição de manter um veiculo financiado em setenta e duas prestações de quatrocentos reais, para ele seria mais justo e o servente merecia. Coitado- pensei. Ele tem a mesma viseira que eu tinha anos atrás.
Só que eu era socialista convicto. Membro da maldita CUT do PT, filiado no PDT de Leonel Brizola, achava-me o Maximo. Líder dos trabalhadores da Terex do Brasil. Fui preso por liderar greve na porta da empresa, levei suspensão disciplinar. Fui considerado um anarquista de marca maior e o terror dos empresários no meio metalúrgico.
Sorri ao ver meu critico. Eloqüente, impetuoso e convicto no que dizia.
Perguntei se ele achava que o modelo econômico e social era o ideal para nós brasileiro. Ele, do alto de sua convicção me respondeu que todos têm o direito de comprar, de ir e vir, de ter o status que sua posses lhe permitiam. Enxerguei o quão é poderosa a rede globo de televisão e todas as mídia no tange na sedução do ter, de impor sorrateiramente á classe D e E que você vale pelo que tem. È terrível.  Hoje sei que o sistema é forte e invencível e não iria falar com ele sobre isso, deliberar dizendo que ele é mais uma vitima do sistema selvagem do capitalismo, pois ele certamente iria se exaltar e nosso colóquio poderiam tomar rumos imprevisível. Só disse a ele que se não mudasse de visão, o mundo o faria mudar. Coisa que ele retrucou veementemente dizendo que sua posição ideológica estava definida. Sorri. Despedi-me e pensei: daqui a vinte seis anos, voce se lembrará dessa conversa e apostaria que sua impetuosiddae e a tua critica velada será menos incisiva.

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