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segunda-feira, 19 de março de 2012

As sete capas do capeta



Não passo uma fase boa em minha vida, mas esta sendo bom para mim, pois estou refletindo o que fiz da minha vida até o presente e voltou a minha mente uma historia que a minha avó, que foi a minha professora de vida.
Acredita você que foi a pessoa mais inteligente que convivi. Sabe por que, ela sentiu na pele a humilhação do seu empregador quando ao pedir um emprego, lhe ironizou ao dizer que quando a onça não pode criar seus filhotes, ela o devora, a humilhação de trabalhar na olaria , de onde tirava o seu sustento para criar seus rebentos. –Mas essa ardilosa octogenária me deixou uma mensagem, que tomou conta do meu espirito e estou vendo acontecer com pessoas aqui no bairro, que se não parar, refletir e voltar atrás em suas ações, com certeza terá muito que chorar. Vou contar a fabula que ela me passou quando eu tinha apenas doze anos de idade e que agora minha mente me reportou:
Ela me dizia que nos idos de 1917, seu pai contava uma história de um homem, que era famoso por ser um comerciante esperto. Tudo o que ele pegava e transformava em bens pra ele, negociava terra, colheitas, animais, material de construção, documentos, enfim tudo ele transformava em dinheiro. Era a pessoa mais influente, amigo do então governador de Minas gerais Artur Bernardes (¹) tendo como amigo, o Fernandinho, nada mais nada menos do que FERNANDO DE MELO VIANA para você ver o quanto o homem era forte. E com isso cresceu, se tornando poderoso ante o povo humilde da então VILA REAL DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÕ DO SABARABUSSU. Mas no silencio da alcova era que ele confidencia com seus botões toda a sua trama. Ele chantageava, mentia, enrolava , trambicava , bajulava, fazia tudo para ter o poder sempre o teu lado.
Segundo a minha avó houve caso que ele para conseguir um contrato, emprestou a sua mulher para um politico, saciar sua tara, só para conseguir seu intento.
Pois bem, um dia o coroinha da igreja de Nossa senhora o pegou á meia noite no cemitério conversando com alguém. Como pode uma pessoa estar a essa hora num lugar desse e sozinho? Aproximou-se e viu que o homem conversava com o demo, ficou paralisado ao ver aquele ser estranho de chifre e pés de bode, com um cheiro forte enxofre, cobrando do Geraldo burguesinho, seu compromisso:
- Você pediu e eu te dei. Dizia o coisa ruim
- eu sei!Mas você tem que me dar mais um tempo. Não consegui a prefeitura da cidade e você me prometeu sete favores, e ate agora me concedeu cinco.!
- pois muito bem . O prefeito vai morrer e você tomará posse.
-Não quero que ele morra! Quero vê-lo pagar por algo que não fez e assim posso chantageá-lo.
- que assim seja. Vou colocar uma grande soma de ouro em tua casa e a policia vai pega-lo. Com isso você domina a policia e fica com a situação sob controle .
O coroinha estava lívido. Não podia acreditar. Mas Deus o deu o poder de ouvir esse dialoga macabro.
No dia seguinte toda Sabará comentava sobreo o desfalque na Mina de Ouro e o consequente encontro do vil metal na casa do Alcaide da Cidade.
- Com a intervenção do Geraldo Burguesinho, a situação foi contornada e o prefeito se sentiu no dever de colocar a disposição do malandro.
E foi assim. Sabará crescia e o Geraldo Burguesinho também. Toda reunião que havia no município, sua presença era indispensável. O quinto desejo do Geraldo Burguesinho foi realizado, tinha o controle da cidade nas mãos. O sexto desejo era que queria ser amado. Pela mulher mais formosa da cidade. Tarefa nada fácil, por ser ela casada, honesta e ter um marido honesto e violento. Mais uma vez o Geraldo Burguesinho apelou para o seu amigo macabro:
-Pois é meu lúgubre amigo! Tenho dinheiro, poder, mas me falta um amor... e eu quero a Marieta , mulher do Delfino.
O diabo deu um grunhido violento. – Tu estás pedindo demais... daqui a pouco quererá meu lugar no inferno! Essa mulher é honesta e o homem de cima a protege.
-Mas ela é que eu quero! Vire-se
Vou ver o que posso fazer. E desapareceu numa nuvem de enxofre.
Durante vários dias a honesta Marieta tinha pesadelos. Sonhava com o Geraldo Burguesinho, via como um homem maravilhoso que poderia resolver todos os seu problemas.
Esconjurava , rezava, pedia a nossa senhora Santana, para levar esses pensamento para longe de tua vida. Rezava a São José para que não deixasse que seu lar fosse destruído.
O Diabo tentava, mas não conseguia entrar naquela casa abençoada. Pois sempre que se aproximava um anjo o barrava. Estava em jogo seu prestigio e não seria uma simples mortal que o venceria. Tentou! Tentou! Tentou, mas sempre que achava que conseguiria, uma legião de anjos aparecia para socorrer aquele lar cristão. Sem jeito resolveu enganar seu amigo. Apareceu para o Geraldo Burguesinho e lhe disse. Tú queres o sexto intento mesmo? Pois então o terá. A Marieta te espera no cruzamento da rua de cima. Mas você terá que estar ás seis hora da tarde vestido de preto e terá que agarra-la a sim que a vir.
Geraldo Burguesinho todo alegre se preparou para o grande momento de sua vida.
Esperou a sua amada e quando a viu foi logo, agarrando-a e beijando. Só que naquela emoção não notou que o seu esposo vinha logo atrás e quando viu aquela cena, não titubeou e na frente de testemunha, disparou sua poveira no rosto do atrevido que moribundo viu o seu aliado e o questionou: E o nosso trato?
- Só tenho sete capas te dei seis. A sétima é minha e essa não passo pra ninguém e agora você vem comigo!
Segundo minha avó, foi triste ver aquele homem rico, poderoso, feder pior a uma carniça.
Refletindo, o diabo continua usando suas capas para encobrir as presepadas de muita gente. Haverá um dia que vai recolher suas capas e ai será um Deus nos acuda!


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Artur Bernardes (¹) (Viçosa, oito de agosto de 1875 — Rio de Janeiro, março de 1955) foi um advogado e político brasileiro, presidente de Minas Gerais de 1918 a 1922 e presidente do Brasil entre 15 de novembro de 1922 e 15 de novembro de 1926. Seus seguidores foram chamados de "bernardistas".)FERNANDO DE MELO VIANA (²)((Sabará, 15 de março de 1878 — Rio de Janeiro, 10 de fevereiro de 1954) foi um político brasileiro.Foi presidente de Minas Gerais entre 1924 e 1926 e vice-presidente da república no governo de Washington Luís.

Depois do mulato Nilo Peçanha, Melo Viana foi o segundo mulato a ocupar a vice-presidência)

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