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sábado, 19 de maio de 2012

Comeram o meu peru!



Tudo se encaminhava para um tranqüilo dia das mães .


A família levantara cedo. indo ao supermercado , feito a tradicional feira domingueira , indo a missa celebrada pelo padre Aguinaldo que ainda conclamou aos fiéis de santo Antônio a se abraçarem e se confraternizassem , num ato que demonstraria a paz e a união entres os seres humano.

O dia estava lindo, ensolarado , com poucas nuvens a decorar o azul anil do céu.

Parecia que tudo iria correr ás maravilhas neste dia tão santificado em homenagem ás mães.

Parecia. Até que resolveram assar o infeliz peru.

Oswaldo se prontificou a levar o corpo do infeliz peru á uma padaria para que fosse assado e decorado. Assim o fez . O padeiro marcou que no Maximo duas horas o galináceo estaria assado.

Como o tempo era muito, Oswaldo resolveu visitar uns bares e tomar uma com limão , “para refrescar a garganta.”

Mas a caipirinha estava tão boa que ele resolveu tomar , não só uma  , mas “uma dúzia de caipirinha. “ foi nesse estado que se apresentou ao padeiro; estava vendo tudo em dobro. Pagou e a passos cambaleante  com o assado nas mãos seguiu teu caminho em direção ao lar.

Passando no bar , reconheceu seu velho amigo de serviço , foi lhe dar um abraço e logo uma animada conversa tomou corpo.Conversa vai , conversa vem , o peru quente exalando aquele aroma tentador , que resolveram provar dum pedacinho de asa da ave.

-primeiro uma asa, desce uma cervejinha. Mais uma cervejinha e mais um pedaço da ave, desce uma cerveja, mais um amigo entra na conversa e uma coxa desapareceu , outro amigo e mais uma deliciosa coxa foi para o estômago do tagarela.Oswaldo em virtude do álcool que lhe subia a cabeça não percebia que o almoço de sua esposa estava indo para a barriga de seus amigos. A rodinha em torno da mesa de Oswaldo crescia e o peru sumia.

Preocupada com a demora do marido, Gercina resolve ir atrás do distraído esposo.

Com certeza ele errou a hora de pegar o assado . Conjeturou a dona de casa, mas qual foi a sua surpresa ao passar pelo bar da Rita e ver o Oswaldão , rindo , feliz da vida e ao seu lado , um monte de ossos do que restou do peru. Um peru que faria a alegria da família , agora transformado em um monte de ossos , rodeado por um bando de bêbados alegres e satisfeito.

A ira tomou conta de Gercina e num surto imediato , arremessou uma cadeira em cima do marido bêbado , quebrando garrafas e mesa .

Cambaleante . Oswaldo tentou conter a fúria da mulher, que como uma onça indomável quebrou todo o bar da Rita que não teve alternativa senão  chamar a policia.

Todos foram parar na delegacia e o delegado ficou confuso quando Gercina tentou explicar.

-Doutor. Comeram o meu peru!

- A senhora é mulher ou um traveco?

-Mais respeito comigo. Estou falando serio . Esse cafajeste do meu marido ,ao invés de levar o peru assado para a ceia do dia das mães, resolveu fazer gracinha com o peru dos meus filhos.

-O peru é da senhora ou são os peruzinhos dos seus filhos? Ironizou a autoridade.

Gercina já não cabia em si de raiva, alem de passar a tarde na delegacia, tinha que agüentar a gozação de um policial. Foi quando resolveu apelar.

—Não doutor o peru a que me refiro é o que meu marido colocou na boca de sua progenitora!

Foi a vez de o delegado ficar vermelho de raiva e mandar  guardar todo mundo na cela, até que a ira e o álcool estivesse sido banidos daqueles corpos.





quarta-feira, 9 de maio de 2012

Causos de senzala

Uma historia interessante e muito pedagógica que encontrei navegando pela rede.

A história do nego fujão




Os negros e os índios, embora considerados insignificantes, sempre tiveram presentes no ciclo de acontecimentos mais importantes da história dessa pátria, o Brasil,
Durante e após os vários movimentos revolucionários precedentes aos séculos até a data da “Proclamação da República” e fim da escravidão. Eles eram peças de interesse comum a todos. Durante e após os principais movimentos, como os movimentos nativistas, complexos e de interesses bastante contraditórios, senhores, escravos, metrópoles e colônias inteiras sofreram mudanças significativas no segmento de suas vidas.
No período da Guerra dos Emboabas (1709), em Minas Gerais, um respeitável senhor e sua numerosa família vindos de Tietê, S.P, fixou residência nas proximidades de Vila Rica. Inúmeros escravos e índios domesticados, ou melhor, civilizados, faziam parte de seus bens e eram elementos fundamentais para que ele alcançasse a tão almejada riqueza que ia muito além de ser próspero senhor de engenho e proprietário de minas de ouro. Ele queria uma posição, um lugar na corte, um título, um brasão. E para tanto precisava de muitos escravos e serviçais. O foco era ficar perto do ouro. Caso fosse preciso, se instalaria dentro de uma mina, mas faria fortuna. Ah faria!
Naquela época o Vale do Rio Doce causara euforia às metrópoles e principalmente a Portugal, maior potência do comércio Europeu. O Brasil era realmente o país do futuro. Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais dariam um futuro glorioso a todos os portugueses que aliados ao Rei se dispusessem a extrair riquezas dessa terra generosa.
Depois de o Rei elevar São Paulo à categoria de cidade, em 1711, e separá-lo administrativamente da região das Minas, muitos viram nessas atitudes engenhosas reais possibilidades de rápido enriquecimento nessas regiões.
As regiões montanhosas dificultavam o transporte das tropas tanto do porto para São Paulo quanto, ou muito mais, de São Paulo aos vales do ouro. As tropas sofriam. Ademais as mudanças dos bens e famílias eram cheias de transtornos. Sendo assim, melhor era ao homem deixar bem acomodadas na metrópole suas esposas ou famílias de consideração e levar consigo mulheres... as segundas.
Metade dos escravos, os jovens mais saudáveis, experientes tropeiros e valentes jagunços acompanharam tal senhor. Entre eles algumas negras de ancas largas, por serem fortes e boas parideiras, completaram a comitiva.
Entre tantos bens desse notável senhor havia um negro que se destacava por suas habilidades de liderança, coragem, fidelidade e boa convivência com outros escravos. O que nele mais impressionava era sua facilidade de aprendizagem e afeição junto aos brancos. Ora! raros os que tinham sorte de ter um escravo assim com tais qualidades. Ele aprendeu com os animais como conviver com os índios e com os brancos. O segredo era não confiar neles, não traí-los e jamais maltratá-los. A maioria dos senhores tinha seus bens aos cuidado de contratados, agregados ou parentes, mas eles não eram confiáveis. Tais indivíduos um belo dia tentavam algum golpe. Um escravo de confiança, fiel e corajoso, valia mais do que um bom cão de guarda ou uma boa espingarda. O negro não era um cão de fila, mas era ágil na peixeira e bão de briga.
Durante a revolta de Vila Rica (1720), as qualidades se tornaram como defeitos, deficiência maligna, que o levaria inevitavelmente à morte. Suas artimanhas eram consideradas muito perigosas para ser ensinada aos negrinhos que se reuniam nas rodas de cantoria. Apesar do medo e apreensão constante mantinha-se ao lado do seu senhor. Consideravam-se sangue do mesmo sangue ou quase isso. Contudo, ao que se apercebia, a vida do seu senhor não teria um fim muito diferente, pois, a um senhor de posses, pobreza e morte são equivalentes. E esse senhor tornara-se inimigo dos inimigos dos amigos do Rei. Idealistas negrófilos e simpatizantes da categoria eram presos, tinham os bens confiscados, e quase sempre eram mortos para a repressão dos movimentos. E o sinhozinho, embora ambicioso e importante explorador, era totalmente a favor da Abolição da Escravatura.
Do alto das serras de Minas o negro olhava os horizontes sonhando voar rumo ao topo das montanhas distantes. Nada no mundo tem mais valor que a liberdade, dizia ele a si mesmo, nem todo o “Ouro de Aluvião”, nem toda riqueza do império; nada, nada tem mais sentido que as asas da liberdade; asa que nasce no coração de todo mundo e fica presa dentro da carcaça; asa que nessa terra ninguém tem. Por isso todo mundo acorda de carranca.
E com tanta veemência gemia seus desejos, murmurando com tal paixão, que até os bichos, os ventos e as fontes se calavam para ouvi-lo. E toda natureza sentia no imo uma forte explosão.
Portugal recuperava seu poder econômico. Saia espantosamente de uma crise graças ao ouro das terras brasileiras. Entusiasmado, o governo tratou de organizar um eficiente poder administrativo. Entretanto, apesar da Intendência Mineira, órgão controlado pelo rei para distribuir terras para a exploração do ouro, fiscalizar e cobrar impostos, muitos exploradores barganhavam entre si grande parte do ouro em pepitas, grãos e até diamantes. Usando desses meios o próspero senhor simpatizante da negrofilia conseguiu adquirir posses na Bahia onde sequer conseguiria imaginar a localização quando se orientando de entre as montanhas de Minas.
Também o simpático negro, fiel, ágil e robusto, tinha sua riqueza: uma pedra esverdeada e uma nitente pepita que ele deixava escondidas no oco dum pau-d’arco-amarelo. Esse era seu tesouro, mas de nada valia se comparado à sua bela nheengatu, jóia tupi, capturada às margens do amazonas. A pedra verde fora encontrada, certa vez, no fundo do córrego quando ele se refrescava enquanto os animais as nulas bebiam água. Mas a pepita, no entanto, lhe vinha causando dores de cabeça, tirava-lhe o sono. Sua consciência gritava mais alto que seu desejo de voar. E quando nas tempestades o relâmpago riscava o céu e clareava a mata, o trovão soava assustador som sua voz de repreensão divina à consciência do neguinho. Quando morrece não entraria no céu. Deus não o receberia e no inferno os capetas saltitando à sua volta zombando do seu triste fim. O que causa a ganância do ouro! Definitivamente não deveria tê-la roubado, não devia. Justo no dia do seu batismo! Logo após o batizado! Malditos fiscais aqueles que apareceram justo naquele dia; e por medo o sinhozinho o fez esconder um caixote de ouro debaixo da casa do moinho. Uma pedra lá ficou muito tempo, perdida, e quando ele a encontrou teve medo de devolvê-la e ser acusado de roubo. Ficou com ela. É deveras perturbador o efeito que certos pensamentos causam a um neófito. Ser cristão não e fácil não. Ah, não é! O convertido aprendera mesmo a lidar com os homens, os índios e os animais, mas não conseguia conviver com sua própria consciência. Um dia faria alguma coisa pra se redimir.
Tempos depois partiram em viagem com destino à Bahia, o velho senhor e nhazinha, e dois sinhozinhos seus filhos medianos de sua prole de 14 rebentos. Levaram com eles três escravas assistentes, dez tropeiros, o negro fiel e sua companheira, a jóia tupi do Amazonas, prenha desde a última lua cheia.
O lado bom de se relembrar fatos, principalmente tempos difíceis, é que se tem certeza de que tudo na vida é superável, tudo passa, nada é eterno, exceto o que retém os olhos e a alma captura. Só não há jeito pra morte, no mais, toda dor passa e em qualquer momento da vida, por pior que seja, há sempre um motivo para ser grato e ser feliz; basta olhar dentro de si mesmo e à sua volta.
Na cidade baiana pai e filho papeavam enquanto subiam lerdos, ladeira acima, agarrados ao rabo dos burros suados que gemiam sob o peso da cangalha abarrotada de lenha. Falavam dos enforcados e esquartejados. Pobres almas sonhadoras, gente humilde e miserável que se atreviam a embarcar nos movimentos da revolta organizada pelos adeptos da “Inconfidência Baiana”. Pecavam por sonhar; Uns com a liberdade; outros com a independência, república... O pai muito abatido, quase a cochichos, dizia essas coisas ao filho inconformado. Sonhe, mas sonhe em silêncio; esse é o caminho que deve trilhar um sábio, e então, só depois de acordado e de pés firmes no chão se deve movimentar-se, senão o pobre corre o risco de perder o chão. O neguinho com todo seu gingo baiano se imaginava sem chão. “Cruz credo! Se tê liberdade é tão difíce, então cumé que os branco consegue tanta coisa?” Pensava ele, pouco entendo do que seu pai lhe dizia. Mas seu velho sabia que do pouco que ele ouvisse lhe valeria a vida, e quem sabe, suas asas. Seu pai tinha muita história pra contar, parecia até coisa inventada. Mas se tava, no seu tempo, acontecendo aquela matança entre os brancos por conta de impostos e liberdade, que dirá antigamente pras bandas da zona da mata, relevava o neguinho. Precisava escutar mais os causos do vô que vivia murmurando canções e falando aos ventos. Agora com mais de cem anos mal montava e raramente subia as montanhas. Firmava-se na bengala e na companhia do valente, seu cão, passava horas fazendo pari, quebra-tatú, e pescando na curva do rio. Quase ninguém lhe dava atenção, exceto nas rodas de fogo quando ele contava da vinda pra Bahia. Os negrinhos miúdos da senzala adoravam ouvir, enquanto ele contava casos raspava a madeira dando forma ao pião ou fazia petecas. Seu avô, dizia-lhe o pai sempre dizia após repassar os causos, viu coisa de arrepiá os cabelos ““.
Ao contar seus causos o velho centenário orgulhoso, de voz rouca e cansada, batia nas costas do seu primogênito e dizia: “Nós viemo de lá, daquelas banda de Minas” e apontava o dedo pras serras longínquas, depois completava: “Sinhô patrão, nhá Maria, os dois sinhozinhos fio de nhô patrão, a comitiva, Eu, minha fulô, e ôce pititico na barriga dela”.
Mas ele não sabia que a índia nheengatu, jóia tupi, trazia no ventre uma pequena semente que sobreviveria a pestes e maus tempos, e em terras Baianas lhe daria netos e lutaria pela liberdade para deixar de herança ao filho que se chamava “Mané, mané fujão”. No entanto Manuel herdara no sangue os sonhos do avô e ainda menino já sonhava bater asas e buscar novos horizontes.

Fonte .www.jacuri.com.br

terça-feira, 8 de maio de 2012

Historia de políticas e políticos na Roça grande




Roça grande é um celeiro de fatos engraçados e inusitados.

Desde o mais refinado malandro que na década de trinta saia de terninho branco e ia para antiga zona boemia de Belo Horizonte comandar a prostituição e os jogos de azar na capital mineira à mulher de fibra que para defender seus domínios pôs uma turma de romeiros pra correr na década de cinqüenta. Esse personagem eu conto no meu livro “A ROÇA CONTA UM CONTO” e não seria de bom alvitre comentar nesse momento.

Quero falar dos políticos da Roça. Esses personagens diferenciados de nossa cidade. Pessoas que com mérito chegaram ao ápice da legislatura sabarense. O primeiro foi o professor Teodorico um homem simples e com muita sabedoria conduziu na década de sessenta os anseios de um distrito que clamava por melhores cuidados e atenção do Prefeito Dr.Castro, logo em seguida tivemos como vereador por duas legislaturas o Sr. Geraldo Silva que nos representou na década de setenta, ficamos na década de oitenta sem representante e em noventa elegemos a primeira Vereadora da historia do município, juntamente com um comerciante. Por falta de uma liderança forte todos não se manteve nos cargos por mais de duas gestões. Mas a luta por uma cadeira na câmara municipal de Sabará é tão concorrida que passa ser truanesca, cidadão se apresentam como o SALVADOR DA PÁTRIA, prometem mundos e fundos e o eleitor da Roça sempre atento e desconfiado na hora de votar passa para a urna o seu descrédito com os políticos que se apresentavam . ?O bairro onde tradicionalmente tem o maior numero de votos nulos e abstenção do município.

Uma passagem engraçada se passou foi no ano de 1988. Roça grande tinha oito candidatos vaga no legislativo e o grupo de jovens TESTAC convocou os postulantes para um debate publico incrível, foi o único debate realizado no bairro. O grupo de jovens tinha as suas pretensões totalmente socialistas e convidou o então candidato a prefeito para participar. Logo que o Professor candidato do PT começou sua palestra, entra intempestivamente no salão, o candidato do PMDB que ficou sabendo da reunião e exigiu um espaço para expor seu plano de campanha. Após muito discussão foi dada a palavra aos dois candidatos que expuseram seus objetivo e a seguir começou o único debate realizado entre candidatos a vereador na Roça Grande.

A comunidade em numero considerável participando ativamente do debate até que o senhor Afonso de Paula, pessoa respeitada e observadora fez a seguinte pergunta ao candidato a vereador do PMDB:

-Senhor candidato qual seria a prioridade do bairro, o que a Roça grande precisa?


Parece que toda medida de precaução que o político tinha, havia se evaporado, empolgou o indagado e usou de pleno pulmão e ironia pra responder:

- caso eu me eleja foi tratar logo de criar uma delegacia no bairro com um presídio porque aqui só tem vagabundo e prostituta.

A reunião não acabou o povo indignado queria de toda a maneira pegar o incauto cidadão que pra fugir teve que pular de uma altura de cinco metros e se esconder na beira do rio.

Ele foi devidamente castigado tendo somente quatro votos no pleito de 15 de novembro.

Outra passagem lírica em nossa historia foi de um candidato a vereador nas eleições de 1996 que gastou combustível, tempo e dinheiro par fazer sua campanha e no final o partido a qual ele pertencia não o avisou que ele estava inelegível.

Em 1980 um candidato hanseniano tentou a legislatura municipal sendo derrotado e a novidade neste caso foi que ele mandou fazer o maior troféu que se tinha noticia, para premiar ao campeão de futebol amador de Sabará, troféu esse conquistado pelo time do Botafogo.

Aproxima se mais uma vez as eleições municipais e os pré candidatos estão na rua . Todos estão com boas intenções em trabalhar para a comunidade, mas será mesmo?Será que o altruísmos ira prevalecer ou o servilismo ao poder executivo municipal?








segunda-feira, 7 de maio de 2012

A escravidão no Brasil


Abolição da Escravatura

Princesa Isabel pôs fim à escravidão

em 13 de maio de 1888



A campanha abolicionista foi um movimento social e político ocorrido entre 1870 e 1888, que defendia o fim da escravidão no Brasil.

Termina com a promulgação da Lei Áurea, que extingue o regime escravista originário da colonização do Brasil. A escravidão havia começado a declinar com o fim do tráfico de escravos em 1850. Progressivamente, imigrantes europeus assalariados substituem os escravos no mercado de trabalho. Mas é só a partir da Guerra do Paraguai (1865-1870) que o movimento abolicionista ganha impulso. Milhares de ex-escravos que retornam da guerra vitoriosos, muitos até condecorados, se recusam a voltar à condição anterior e sofrem a pressão dos antigos donos. O problema social torna-se uma questão política para a elite dirigente do Segundo Reinado.

Lei do Ventre Livre

O Partido Liberal, de oposição, compromete-se publicamente com a causa, mas é o gabinete do visconde do Rio Branco, do Partido Conservador, que promulga a primeira lei abolicionista, a Lei do Ventre Livre, em 28 de setembro de 1871. De poucos efeitos práticos, ela dá liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir dessa data, mas os mantém sob a tutela de seus senhores até atingirem a idade de 21 anos. Em defesa da lei, o visconde do Rio Branco apresenta a escravidão como uma “instituição injuriosa”, que prejudica, sobretudo, a imagem externa do país.

Campanha abolicionista

Em 1880, políticos e intelectuais importantes, como Joaquim Nabuco e José do Patrocínio, criam, no Rio de Janeiro, a Sociedade Brasileira contra a Escravidão, que estimula a formação de dezenas de agremiações semelhantes pelo país. Da mesma forma, o jornal O Abolicionista e o manifesto O Abolicionismo, de Nabuco, e a Revista Ilustrada, de Ângelo Agostini, servem de modelo a outras publicações antiescravistas. Advogados, artistas, intelectuais, jornalistas e parlamentares engajam-se no movimento e arrecadam fundos para pagamento de cartas de alforria, documento que concedia liberdade ao escravo. O país é tomado pela causa abolicionista. Em 1884, o Ceará antecipa-se e decreta o fim da escravidão em seu território.

Lei dos Sexagenários

A decisão cearense aumenta a pressão da opinião pública sobre as autoridades federais. Em 1885, o governo cede mais um pouco e promulga a Lei Saraiva-Cotegipe. Conhecida como Lei dos Sexagenários, ela liberta os escravos com mais de 60 anos, mediante compensações a seus proprietários. A lei não apresenta resultados significativos, já que poucos cativos atingem essa idade e os que sobrevivem não têm de onde tirar o sustento sozinhos.

Os escravizados, que sempre resistiram ao cativeiro, passam a participar ativamente do movimento, fugindo das fazendas e buscando a liberdade nas cidades. No interior de São Paulo, liderados pelo mulato Antônio Bento e seus caifazes (nome tirado de uma personalidade bíblica, o sumo-sacerdote judeu Caifaz), milhares deles escapam das fazendas e instalam-se no Quilombo do Jabaquara, em Santos. A esta altura, a campanha abolicionista mistura-se à republicana e ganha um reforço importante: o Exército. Descontentes com o Império, os militares pedem publicamente para não mais ser utilizados na captura dos fugitivos. Do exterior, sobretudo da Europa, chegam apelos e manifestos favoráveis ao fim da escravidão.

Lei Áurea

Em 13 de maio de 1888, o governo imperial rende-se às pressões, e a princesa Isabel assina a Lei Áurea, que extingue a escravidão no Brasil. A Lei Áurea não indenizava os cafeicultores cariocas com a perda dos escravos; eles, então, transformaram-se em republicanos de última hora. Republicanos de 14 de maio.



Assim, o Império perde o apoio dos senhores do café escravistas, ou seja, perde o apoio dos barões escravagistas cariocas. Perde, assim, o alicerce social que o apoiava, o último sustentáculo de apoio da Monarquia, e conseqüentemente a Monarquia cai.

O fim da escravatura, porém, não melhora a condição social e econômica dos ex-escravos. Sem formação escolar nem profissão definida, para a maioria deles a simples emancipação jurídica não muda sua condição subalterna, muito menos ajuda a promover sua cidadania ou ascensão social.



Fontes: Enciclopédia Brasileira























sábado, 5 de maio de 2012

Mães





A origem do dia das mães A mais antiga comemoração dos dias das mães é mitológica. Na Grécia antiga, a entrada da primavera era festejada em honra de Rhea, a Mãe dos Deuses.
O próximo registro está no início do século XVII, quando a Inglaterra começou a dedicar o quarto domingo da Quaresma às mães das operárias inglesas. Nesse dia, as trabalhadoras tinham folga para ficar em casa com as mães. Era chamado de "Mothering Day", fato que deu origem ao "mothering cake", um bolo para as mães que tornaria o dia ainda mais festivo.

Nos Estados Unidos, as primeiras sugestões em prol da criação de uma data para a celebração das mães foi dada em 1872 pela escritora Júlia Ward Howe, autora de "O Hino de Batalha da República".

Mas foi outra americana, Ana Jarvis, no Estado da Virgínia Ocidental, que iniciou a campanha para instituir o Dia das Mães. Em 1905 Ana, filha de pastores, perdeu sua mãe e entrou em grande depressão. Preocupadas com aquele sofrimento, algumas amigas tiveram a idéia de perpetuar a memória de sua mãe com uma festa. Ana quis que a festa fosse estendida a todas as mães, vivas ou mortas, com um dia em que todas as crianças se lembrassem e homenageassem suas mães. A idéia era fortalecer os laços familiares e o respeito pelos pais.

Durante três anos seguidos, Anna lutou para que fosse criado o Dia das Mães. A primeira celebração oficial aconteceu somente em 26 de abril de 1910, quando o governador de Virgínia Ocidental, William E. Glasscock, incorporou o Dia das Mães ao calendário de datas comemorativas daquele estado. Rapidamente, outros estados norte-americanos aderiram à comemoração.

Finalmente, em 1914, o então presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson (1913-1921), unificou a celebração em todos os estados, estabelecendo que o Dia Nacional das Mães deveria ser comemorado sempre no segundo domingo de maio. A sugestão foi da própria Anna Jarvis. Em breve tempo, mais de 40 países adotaram a data.
"Não criei o dia das mães para ter lucro"

O sonho foi realizado, mas, ironicamente, o Dia das Mães se tornou uma data triste para Anna Jarvis. A popularidade do feriado fez com que a data se tornasse uma dia lucrativo para os comerciantes, principalmente para os que vendiam cravos brancos, flor que simboliza a maternidade. "Não criei o dia as mães para ter lucro", disse furiosa a um repórter, em 1923. Nesta mesmo ano, ela entrou com um processo para cancelar o Dia das Mães, sem sucesso.

Anna passou praticamente toda a vida lutando para que as pessoas reconhecessem a importância das mães. Na maioria das ocasiões, utilizava o próprio dinheiro para levar a causa a diante. Dizia que as pessoas não agradecem freqüentemente o amor que recebem de suas mães. "O amor de uma mãe é diariamente novo", afirmou certa vez. Anna morreu em 1948, aos 84 anos. Recebeu cartões comemorativos vindos do mundo todos, por anos seguidos, mas nunca chegou a ser mãe.




Cravos: símbolo da maternidade




Durante a primeira missa das mães, Anna enviou 500 cravos brancos, escolhidos por ela, para a igreja de Grafton. Em um telegrama para a congregação, ela declarou que todos deveriam receber a flor. As mães, em memória do dia, deveriam ganhar dois cravos. Para Anna, a brancura do cravo simbolizava pureza, fidelidade, amor, caridade e beleza. Durante os anos, Anna enviou mais de 10 mil cravos para a igreja, com o mesmo propósito. Os cravos passaram, posteriormente, a ser comercializados.

No Brasil
O primeiro Dia das Mães brasileiro foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, no dia 12 de maio de 1918. Em 1932, o então presidente Getúlio Vargas oficializou a data no segundo domingo de maio. Em 1947, Dom Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica.



A MÃE PRETA




Afinal,o dia dela chegou;dia de homenagear um dos pilares na formação social e cultural da família brasileira nos séculos XVIII e XIX,a ama-de-leite,a mãe preta,que forjou a personalidade de muitas gerações de brasileiros,principalmente no Nordeste.

As iaiás coloniais casavam muito cedo,não só para proteção contra os apelos da carne,como também,pela escassez de mulheres brancas ,indispensáveis á formação das famílias brasileiras.

Meu S. João.casai-me cedo

Enquanto sou rapariga,
Que o milho rachado tarde
Não dá palha,nem espiga.


A ama era figura fundamental na Casa Grande.Era escolhida pela docilidade,pela higiene,pela força(física e espiritual)e pela beleza.A maioria dos criados de dentro eram angolanos,que logo se adaptavam ao dia a dia dos Engenhos e assimilavam facilmente os costumes e a religião dos brancos,embora jamais perdessem suas características africanas,como o linguajar “mole” e as crenças nos seus deuses primitivos.Pelo contato com as Iaiás,tornavam-se quase pessoas da família,confidentes e leva-e-trás das mocinhas e senhoras.

Mas,a função principal da ama era criar o sinhozinho,amamenta-lo,cuida-lo,embalar a sua rede,ensina-lo a falar e a rezar,enfim,era responsável pela saúde,pela higiene e pela formação do futuro senhor de engenho.
Uma boa ama tinha que ser corpulenta,carinhosa,seus peitos deviam ser nem muito rijos,nem moles demais,os bicos nem muito ponteagudos,nem encolhidos,segundo o médico J,B.A. Imbert.Pela boca da ama ,os guris aprendiam as primeiras palavras,os ôxente,os pru mode,absorviam superstições,como o bicho papão,o homem do surrão e o saci pererê ,o curupira.A negra “amaciou a língua portuguesa,para desespero dos padres puristas,como fazia com a comida dos nenén,tornando a carne dura mais palatável,com o molho de ferrugem,e,o pirão mais comível,com o amassado das verduras e os caldos suculentos.As palavras,como o alimento,desmanchavam na boca.

Daí vieram as palavras Cacá, bumbum, pipi, dindinha, au-au, tatá, neném, mimi, cocô,e os apelidos, as transformações dos nomes próprios portugueses: Antonio, virou Totonho,Tonho;Francisco, Chico, Chiquinho; Teresa, virou Teté; Manoel, Nézinho ou Mané; Maria, Maroca, Mariquinha, e, por aí vai. Sem esquecer os diminutivos: ioiô.iaiá, nhonhô, calu, sinhá, sinhozinho, como era chamado meu avô,com tanta freqüência que, poucos sabiam seu nome de batismo, Antonio Jerônimo.

As amas e mucamas também eram responsáveis pela iniciação sexual das iaiás e sinhozinhos,ensinando-lhes os mistérios do sexo,assunto tabu,entre as senhoras brancas;meninas que se casavam quase sempre depois da primeira menarca,com senhores mais velhos,escolhidos pelos pais,inocentes de tudo que se passava no leito conjugal,não fosse pelos “ensinamentos” das escravas.

E,as orações,então!?Ainda me lembro que aprendi e ensinei a meus filhos e netos ,as orações que minha mãe aprendeu de minha avó,que aprendeu das negras:

Com Deus me deito
Com Deus me levanto.
Com a graça de Deus
 do Espirito Santo
Ou.

Santo Anjo do Senhor,meu zeloso guardador,se a ti me confiou a piedade divina,sempre me rege,guarda,governa,ilumina amém.Ou,ainda:Sta.Anna bendita

Rogai com affecto
Por nós miseráveis
A Deus,vosso netto.(escrita no português da época).
Rendo minhas homenagens a essas mulheres extraordinárias,que tiraram o leite de seus filhos para alimentar e nutrir os filhos de seus algozes e lhes ensinou,além dos mistérios da vida,o amor,a confiança,as crenças e os valores que hoje são o alicerce das sociedades modernas.


Fonte: www.artigonal.com/http://portalsaofrancisco.com.b

Texto compilado das seguintes fontes
- Pesquisa de Daniela Bertocchi Seawright para o site Terra,
http://www.terra.com.br/diadasmaes/odia.htm
Fontes / Imagens:
• Norman F. Kendall, Mothers Day, A History of its Founding and its Founder, 1937.
• Main Street Mom
• West Virginia Oficial Site
- O Guia dos Curiosos - Marcelo Duarte. Cia da Letras, S.P., 1995.
- Revista Vtrine - artigo - Abril, S.P., 19

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Origem do mês das noivas


POR QUE MAIO É O MÊS DAS NOIVAS?

Dizem que Maio é o mês das noivas, sempre tive a curiosidade de saber por quê. E vendo uma pesquisadora falar de diversos assuntos que envolvem a história da humanidade. Me deparei com esse tema, por que Maio é o mês das noivas?




Então fui tentar descobrir qual o motivo pelo qual, esse mês leva esse título. Mesmo sabendo que não é o mês mais procurado pelas noivas para seu grande dia. E eu descobri uma coisa muito interessante. sabe aquele velho conceito que se tem, de que Francês não toma banho, então, tem muito a ver com isso…

Na idade média, tinha-se um conceito de banho muito, muito diferente do que se tem hoje, diziam que a água entrava pelos poros e fazia mal, isso agravado pelo frio e pela falta de água encanada. É por isso, que naqueles filmes clássicos de época, as pessoas estão sendo abanadas, isso acontece, não por que estão com calor, mas para dissipar o mal cheiro que elas exalam.

Nessa época, os banhos eram tomados “muito de vez em quando”, se assim posso dizer, de uma forma não muito boa também, mas isso agora não vem ao caso. O primeiro banho do ano acontecia no início da primavera, que na França é em Maio. Aí então começamos a matar a nossa questão. Uma vez que os banhos eram feitos a partir de Maio, as noivas escolhiam essa época para se casar, pois o cheiro das pessoas ainda eram toleráveis. Uma história, marcada por um costume cultural que ao longo dos séculos foi modificada, cada qual com seus costumes locais e graça a Deus, com práticas diferentes, porém, marcada por um título que ficou na popularidade de que Maio é o mês das noivas.

E achando a resposta para uma questão, acabamos achando duas, para uma outra pergunta bem próxima a essa data. Qual a origem do Buquê da Noiva? Seguindo a história do banho, uma primeira história nos conta que as noivas carregavam o buquê para disfarçar o mal cheio, pois mesmo tomando banho no início da primavera, essa prática não era diária, então passando alguns dias, já se começava a cheirar mal, e também porque, esse banho não era totalmente higiênico, como o banho que conhecemos hoje. Então, para disfarçar os possíveis odores que pudessem já estar incomodando, a noiva carregava um buquê.





A outra possível resposta para o Buquê de Noiva vem da Antiga Grécia. Nessa época cultivava-se a cultura de que a noiva ia até o local da cerimônia a pé, e no meio do caminho recebia flores, ervas ou temperos para trazer felicidade e boa sorte ao casal. Quando chegava à igreja, tinha formado um buquê e cada uma das flores, ervas e temperos, tinham um significado. As flores, simbolizava os sentimentos das noivas: a hera – símbolo da fidelidade, o lírio – símbolo da pureza, as rosas vermelhas – símbolo do amor, as violetas – símbolo da modéstia, flores de laranja – fertilidade e alegria ao casal. Já as ervas e temperos, serviam como proteção, uma forma de espantar os maus espíritos.



Hoje, o mês de Maio, continua com o título de mês das noivas, porém, não é um mês tão procurado, e essa tradição, sobre banhos, nunca existiu por aqui. Esse título, soa mais como uma frase que atravessou décadas. Já a questão do buquê, se tornou uma linda tradição, mais um acessório que enfeita a noiva em seu grande dia.






É bom saber, ou pelo menos tentar saber as origens das coisas, independente do assunto. Das histórias que são lendas, ou naquelas que são verdadeiras. Seja qual for o caso, nos traz conhecimentos, histórias, costumes e a cultura da humanidade